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Matérias / 'Segredos de um Escândalo'

'Segredos de um Escândalo': A história real por trás do filme polêmico que chegou aos cinemas

Em 'Segredos de um Escândalo', uma professora se envolve com um aluno menor de idade, resultando numa polêmica que rodou o mundo

Isabelly de Lima Publicado em 08/01/2024, às 16h39 - Atualizado em 18/01/2024, às 11h18

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Mary Kay Letourneau e Vili Fualaau (esq.) e os protagonistas do filme (dir.) - Arquivo pessoal e Reprodução / Netflix
Mary Kay Letourneau e Vili Fualaau (esq.) e os protagonistas do filme (dir.) - Arquivo pessoal e Reprodução / Netflix

Em 1996, um escândalo acerca de uma “relação” movimentou uma cidade tranquila ao sul de Seattle, noroeste dos Estados Unidos. No município de Burien, uma professora da Shorewood Elementary School, Mary Kay Letourneau mantinha um segredo que poderia colocar sua carreira — e liberdade — em risco.

Aos 34 anos, Mary tinha um relacionamento com Vili Fualaau, um aluno da escola, de apenas 12 anos de idade. Como se isso não bastasse, a história ganharia rumos ainda piores: ela engravidou do então adolescente. O caso curioso inspirou o novo filme da Netflix, ‘Segredos de um Escândalo’.

Na trama, uma famosa atriz, vivida por Natalie Portman, visita à casa de Gracie (Julianne Moore) a fim de estudá-la para protagonizar uma adaptação de sua vida em um filme. Gracie deixou o marido para viver com um estudante de apenas 13 anos quando tinha 36 e, muitos anos depois, os dois revivem o passado enquanto se preparam para enviar os filhos para a faculdade. O longa já pode ser conferido nos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira, 18. 

E a história real?

Apesar de o filme chamar muita atenção por sua sinopse um tanto quanto diferente, a trama real consegue ser ainda mais chocante que a fictícia. O caso real, além de envolver um “romance” proibido, envolve também a lei, causando resultados chocantes.

Na época, Letourneau era uma professora casada e que tinha quatro filhos, no entanto, acabou presa graças ao relacionamento com o aluno de 12 anos. A notícia da prisão da mulher se disseminou rapidamente, indo além das fronteiras locais e alcançando repercussão nacional e internacional.

Letourneau, ao longo do processo legal que se seguiu, manteve a posição de que não considerava seu envolvimento com Vili Fualaau ilegal. Ela alegava que foi ele quem a procurou e que concordou com o relacionamento. Contrariando a versão de Letourneau, as autoridades acreditaram que suas ações configuravam estupro, resultando em sua condenação à prisão, repercute a BBC.

Contatos iniciais

O encontro entre Letourneau e Fualaau ocorreu em 1991, quando ele era um aluno do ensino fundamental com apenas 8 anos. Vindo de uma família turbulenta, Fualaau tinha um histórico familiar complexo. Ele tinha um pai que havia se casado cinco vezes e dezessete irmãos.

A relação entre Letourneau e Fualaau desenvolveu-se ao longo dos anos. A professora tinha contato próximo com o jovem, auxiliando-o no desenvolvimento de seu talento artístico. No entanto, foi em 1996, quando Fualaau tinha 12 anos e Letourneau, 34, que o relacionamento tomou um rumo diferente.

Após um acampamento de verão, onde Fualaau começou a cortejar Letourneau, chamando-a de "minha namorada", o relacionamento evoluiu para uma dimensão sexual.

Embora tentassem manter a relação em segredo, foram descobertos em um encontro pela polícia em junho de 1996. O policial que patrulhava a cidade foi verificar um carro suspeito que estava estacionado e acabou encontrando os dois juntos.

Ela conseguiu convencer o policial que era somente a professora do menino, mas boatos começaram a surgir na cidade e investigações foram feitas. Em outro desdobramento chocante, em 1997, o marido de Letourneau descobriu bilhetes românticos que confirmavam o relacionamento, levando à denúncia às autoridades escolares.

Letourneau durante seu julgamento - Crédito: Reprodução / Vídeo / Investigation Discovery

Ação legal

Mary foi presa em março de 1997, acusada de violação em segundo grau de um menor, e logo foi descoberto que estava grávida. Ela afirmou, através de seu advogado, que não entendia o que havia de errado na relação.

Ela me disse que eles estavam apaixonados e que ele também queria o relacionamento. 'Como isso pode ser crime?', ela me perguntou (...)", contou o advogado, segundo a BBC.

Durante o julgamento, ela admitiu a culpa e pediu desculpas, sendo condenada a seis meses de prisão. Mesmo após o nascimento de sua filha Audrey, Letourneau foi liberta sob condições rigorosas. No entanto, ela violou as condições ao ser encontrada com Fualaau, resultando em uma nova prisão e uma sentença mais longa de 7 anos e meio.

Segunda filha

Durante os sete anos de sua prisão, Letourneau deu à luz sua segunda filha, Georgia, fruto de seu relacionamento com Fualaau. Após a libertação, em 2005, eles se casaram quando Fualaau já era maior de idade. Após 12 anos de casamento, em 2017, o então marido iniciou um processo de separação.

Letourneau e Fualaau juntos, em entrevista - Crédito: Reprodução / Vídeo / Investigation Discovery

Em 2018, Letourneau foi diagnosticada com câncer de cólon, falecendo em 2020 aos 58 anos, com Fualaau e filhos ao seu lado em seus últimos momentos.