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Matérias / Personagem

A morte de Edoardo Agnelli

Herdeiro do império Fiat, o jovem dedicou sua vida ao islamismo e faleceu em um caso inusitado que segue sem respostas até hoje

Pamela Malva Publicado em 30/06/2020, às 21h00

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Foto de Edoardo Agnelli na idade adulta - Divulgação/Youtube
Foto de Edoardo Agnelli na idade adulta - Divulgação/Youtube

Logo que seu filho nasceu, Gianni Agnelli, principal acionista da Fiat, imaginou que teria gerado um herdeiro para seu império automotivo. O pequeno Edoardo, no entanto, não poderia ser mais diferente de seu pai, que ele enxergava como um homem materialista.

Natural de Nova York, ele era o único filho de Marella e Gianni, mas não gostava nem um pouco da forma como seus pais viviam. Quando conquistou sua independência, então, não pensou duas vezes antes de sair de casa e buscar outras raízes.

Já adulto, o herdeiro dos Agnelli teve uma trajetória frenética e cheia de reviravoltas. Muito mais misteriosa, entretanto, foi a sua morte. Em condições bizarras e bastante incomuns, o jovem deixou para trás um universo de perguntas sem respostas.

Edoardo Agnelli em entrevista / Crédito: Divulgação/Youtube

Um garoto rebelde

Durante a juventude, Edoardo Agnelli já cultivava um forte interesse por diferentes culturas e religiões. Curioso e sedento por conhecimento, estudou na Atlantic College e formou-se em literatura moderna e filosofia oriental pela Universidade de Princeton.

A fim de conseguir mais respostas para muitas de suas questões, Edoardo converteu-se ao islamismo sunita e rumou para a Índia, onde aprofundou seus interesses pela religião e pelo misticismo. Decidiu, então, explorar a cultura do Irã e viajou para o país.

Nesse momento, com preocupações muito diferentes das de seu pai, um homem de negócios, Edoardo passou a dar palestras sobre misticismo, franciscanismo e budismo. Suas filosofias, então, passaram a defender os pobres e criticar o capitalismo — e, por consequência, o emprego de Gianni.

Edoardo Agnelli (de blazer bege à direita) durante reza / Crédito: Wikimedia Commons

Caminhos separados

Uma vez no Irã, Edoardo conheceu o aiatolá Khomenei e decidiu converter-se novamente. Dessa vez, no entanto, declarou fé a Fakhroddein Hejazi e tornou-se um muçulmano xiita. Do dia da cerimônia em diante, ele passou a chamar-se Mahdi.

Apesar de anti-materialista, o jovem Edoardo sabia que precisaria da ajuda de seus pais para sobreviver. Mesmo ganhando seu próprio dinheiro, ele queria o que era seu por direito e alegou ser um herdeiro do império da Fiat.

Gianni Agnelli, todavia, não estava nem um pouco contente com a vida que seu filho levava, muito menos com a conversão de Edoardo ao islã. Ele, então, negou a herança e afirmou que o jovem apenas ganharia dinheiro da Fiat caso trabalhasse para tal.

Assim, o jovem trabalhou por um tempo como diretor do clube de futebol da Juventus. Em meados de 1990, todavia, Edoardo foi acusado de posse de heroína. Mesmo inocentado, sua ficha ficou suja para sempre, afastando qualquer oferta de emprego.

Edoardo Agnelli em meados de 1990 / Crédito: Divulgação/Youtube

Respostas ao léu

No dia 15 de novembro de 2000, Edoardo Agnelli foi encontrado morto, aos 46 anos, no leito de um rio em Turim. Logo acima dele, ficava a Ponte dos Suicídios, um viaduto conhecido pela fama mórbida, onde seu carro foi encontrado.

Segundo relatórios feitos a partir do corpo de Edoardo, ele "morreu por causa de feridas mortais depois de ter caído 80 metros". Ainda mais, determinou-se que o homem estava vivo quando atingiu o solo em circunstâncias misteriosas.

Ferimentos tanto internos quanto externos comprovavam a teoria de suicídio e os oficiais não encontraram nada de incomum no local da morte. Para muitos iranianos, no entanto, ele foi morto por sua conversão ao islamismo, tornando-se um mártir.

Memorial para Edoardo Agnelli na Itália / Crédito: Wikimedia Commons

Até o fim

Em pouco tempo, então, Riccardo Bausone, o promotor público que cuidava do caso, determinou que Edoardo havia tirado a própria vida. Para o jornalista Giuseppe Puppo, no entanto, as condições da morte do homem não poderiam ser mais suspeitas.

Em seu livro de 2009, o autor usou de diversas entrevistas e testemunhos não publicados, a fim de entender o que realmente aconteceu com Edoardo. Nesse sentido, Giuseppe encontrou múltiplas inconsistências nos dados entregues pela polícia.

O caso, no geral, não tem testemunhas o suficiente, nem provas contundentes sobre qualquer comportamento suicida do herdeiro da Fiat. Para o jornalista, portanto, as condições misteriosas da morte de Edoardo levam à uma só conclusão, que nunca foi confirmada ou questionada: assassinato.


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