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Matérias / Música

Por que muitos acreditam que existiu um desentendimento entre Tim Maia e Roberto Carlos?

Quando a minissérie Tim Maia: Vale o que vier foi transmitida na TV, voltaram à tona polêmicas envolvendo o soulman e o ícone da Jovem Guarda

Isabela Barreiros Publicado em 28/04/2020, às 14h39

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Roberto Carlos e Tim Maia em 1985 - Divulgação
Roberto Carlos e Tim Maia em 1985 - Divulgação

Quando a minissérie Tim Maia: Vale o que vier foi transmitida em 2015 pela Rede Globo, muitas críticas se voltaram aos cortes realizados pela rede de televisão. O docudrama era uma adaptação do filme cinebiográfico Tim Maia, lançado no final de 2014 pelo diretor Mauro Lima.

Para Paulo César de Araújo, escritor da biografia censurada Roberto Carlos em detalhes (2006), a exclusão de cenas foi “o momento mais constrangedor da história da Rede Globo desde a polêmica edição do debate presidencial entre Lula e Collor no Jornal Nacional, em 1989”.

Você pode se perguntar o porquê da colocação. A obra de Lima trazia novamente à tona os possíveis desentendimentos entre Tim Maia e Roberto Carlos, ícone da Jovem Guarda — a série, no entanto, os ocultou. Mais especificamente, uma cena polêmica em que Roberto humilha Tim, que entraremos em detalhes mais tarde.

“Foi uma manipulação ainda mais grotesca porque, no debate de 1989, o Lula realmente havia ido mal. Eles apenas pioraram o seu desempenho na edição. No caso da minissérie, foi uma tentativa de mudar a história. Tentaram transformar algo que poderia ser negativo para Roberto Carlos em positivo, excluindo cenas e acrescentando depoimentos do Rei. Trataram-no como um herói”, continua Paulo em entrevista ao Correio Braziliense.

Histórico

Roberto e Tim no filme Tim Maia (2014) / Crédito: Divulgação

A história dos artistas é antiga e remonta à adolescência dos dois. Morando na Tijuca, Zone Norte, da capital do Rio de Janeiro, Tim e Roberto se tornaram bons amigos. Chegaram até mesmo a ter um conjunto musical juntos, o The Sputniks, que, além deles, contava com Arlênio Lívio, Edson Trindade e Wellington Oliveira.

Entre os anos 1950, os cinco artistas permaneceram juntos na banda, mas isso não duraria muito tempo — Roberto decidiu que queria seguir carreira solo. Com isso, os The Sputniks chegavam ao fim, mas as trajetórias tanto do capixaba quanto de Tim estavam apenas no início.

O carioca teve mais dificuldades para se alavancar na profissão da música. Mudou-se para os Estados Unidos assim que a banda foi dissolvida, mas sua temporada na terra do soul não foi muito positiva, acabou sendo preso e, depois, deportado de volta ao Brasil, em 1964. Trouxe consigo, porém, uma enorme bagagem musical, que havia adquirido com os negros estadunidenses e se tornaria sua marca no país natal.

Mas até que conseguisse colocar em prática os conhecimentos adquiridos, juntamente com seu talento nato, sofreu muitas dificuldades. Quando chegou ao Brasil, buscou seu amigo da adolescência, Roberto, que estava se consagrando na música brasileira e que tinha um programa na Record.

O possível fatídico episódio

Babu Santana como Tim no filme de 2014 / Crédito: Divulgação

“Imagina como foi difícil para Tim Maia voltar ao Brasil e ver os seus colegas da Tijuca no topo das paradas enquanto ele estava no fundo do poço? Ele foi o cara que convidou Roberto para tocar nos Sputniks e que ensinou os três acordes básicos do rock para Erasmo Carlos. Ninguém sabia tanto quanto Roberto e Erasmo do talento de Tim. Mesmo assim, ele foi podado pela Jovem Guarda de 1964 a 1968, quando lançou o seu primeiro disco”, explica Paulo César.

A obra indica que foi nesse momento difícil que, ao tentar encontrar Roberto no intervalo de seu programa na TV, o futuro Síndico teria passado por um dos episódios mais humilhantes de sua vida. Quando avistou Tim nos bastidores, o cantor teria o ignorado.

Conforme repercutido pelo Correio Braziliense em 2015, a história apresentada no filme, baseado na biografia, diz que ele estava em uma situação complicada e que não tinha nem ao menos dinheiro para voltar para casa. Roberto teria mandado, assim, alguém dar dinheiro ao ex-colega, agora tratado com ignorância. O funcionário responsável por “dar um dinheiro para o Tião”, porém, amassou uma nota, fazendo uma bolinha de papel com o dinheiro, jogando-o para o alto.

Mas o que o Roberto Carlos já disse sobre o episódio?

Repercussão

Essa cena do “dinheiro amassado” foi a excluída pela Rede Globo ao transmitir a série Tim Maia: Vale o que vier, em 2015. Em vez dela, o próprio Roberto aparecia elogiando a trajetória do cantor.

No mesmo ano da transmissão da minissérie, o cantor capixaba se defendeu das polêmicas e disse que nunca viu isso acontecer. Em entrevista ao Programa Amaury Jr., Roberto disse: “Tem muita coisa que eu só fiquei sabendo que aconteceu depois de ver o filme, porque, na verdade, muita coisa eu não vi acontecer. Aquele negócio de jogar o dinheiro, eu nunca soube disso. Aquilo, para mim, foi uma absoluta novidade porque eu nunca soube que tivesse acontecido. Eu sempre tive o maior respeito pelo Tim. E não teria admitido que ninguém fizesse aquilo com ele”.

Mesmo que o ícone da Jovem Guarda tivesse alcançado o sucesso antes de Tim, este não ficou muito para trás. Depois de alguns lançamentos que não tiveram tanta repercussão, o carioca começou sua trajetória na gravadora Polydor Records, que deu produziu os mais importantes discos do cantor.


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