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Matérias / Queen Mary

Transformado em hotel, navio com fama de mal-assombrado inspira filme de terror

Inaugurado na década de 30 e utilizado durante a Segunda Guerra, o Queen Mary passou anos acumulando histórias de fantasmas

Ingredi Brunato Publicado em 26/09/2023, às 19h34

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Imagens de divulgação de "A Maldição do Queen Mary" - Divulgação
Imagens de divulgação de "A Maldição do Queen Mary" - Divulgação

Em 28 de dezembro deste ano, está previsto para chegar aos cinemas brasileiros o filme “A Maldição de Queen Mary”, uma produção de terror inspirada em um navio britânico da vida real que foi transformado em hotel. 

No longa, que conta os mesmos produtores de “A Mulher de Preto”, uma família vive uma série de acontecimentos de teor macabro após decidir se hospedar no estabelecimento.

Propósitos diferentes

O RMS Queen Mary velejou pela primeira vez em 1936, há 87 anos. Enorme para os parâmetros da época, a embarcação apresenta 310 metros de comprimento. Ela foi feita com capacidade para transportar 3.200 pessoas, somando passageiros e tripulação. 

Três anos mais tarde, porém, o contexto geopolítico havia sido modificado pela Segunda Guerra Mundial, de forma que o governo da Inglaterra solicitou o navio para ser usado nos esforços militares. 

O navio passou então por uma verdadeira transformação: seus móveis de luxo e o carpete foram removidos, e ele foi repintado na cor azul-acinzentada. Junto da mudança de aparência, o Queen Mary ganhou um novo nome, “Grey Ghost” (ou “Fantasma Cinzento”, em tradução livre).

Queen Mary durante a Segunda Guerra / Crédito: Domínio Público 

Segundo relembrado pelo portal BBC Travel, a velocidade com o qual a embarcação conseguia se mover forneceu uma vantagem de relevância contra as tropas alemãs. Em geral, carregava cerca de 15 mil soldados ingleses a cada viagem. 

Já após a finalização do conflito, o Queen Mary pôde retornar à sua função original, voltando a ser uma embarcação destinada ao transporte de civis. Cruzou os mares até 1967, quando foi aposentada de vez. 

Longe de ser abandonado, no entanto, o navio acabou se tornando uma atração turística flutuante, funcionando como hotel e museu. Fora aportado definitivamente na cidade de Long Beach, localizada na costa do estado norte-americano da Califórnia, nos EUA. 

Seu interior, vale destacar, fora mantido para refletir a década de 30, em homenagem à época de sua inauguração, o que cria uma interessante experiência de turismo histórico. Os cômodos restaurados incluem salões de baile utilizados pelos passageiros de primeira classe, cabines e área de alimentação. 

A diferença é que, hoje, quem quer passar algumas noites no Queen Mary também tem acesso a televisões de tela plana em seus quartos, de forma que os confortos da modernidade coexistem com a mobília e tapeçarias de aparência retrô. 

Tour histórico e tour paranormal 

Fotografia de cabine restaurada do navio / Crédito: Divulgação/ Hotel Queen Mary 

Outra peculiaridade do hotel flutuante são seus tours. Um deles é baseado nos eventos históricos pelos quais a embarcação passou: é possível contemplar artefatos do passado, como joias e pratarias, e também ouvir as histórias de veteranos de guerra levados para suas batalhas a bordo do navio. 

Existe outro tour, no entanto, que é de caráter sobrenatural, ainda de acordo com a BBC Travel. Ele é focado nos relatos fantasmagóricos de quem já viajou dentro da embarcação do século 20. Existem narrativas a respeito de choros de criança, batidas inexplicáveis e aparições de espíritos com roupas de época pelos corredores antigos.

Uma das origens por trás do medo, aliás, ocorreu durante a Segunda Guerra, mas não foi uma batalha, e sim um acidente. Na ocasião, o RMS Queen Mary se chocou contra o HMS Curacoa, um navio aliado, o que infelizmente rachou o casco deste segundo e resultou na morte de 239 indivíduos. 

Muitas pessoas dizem que somos assombrados, considerando que ele [o navio] tem 75 anos, e que qualquer prédio tem um ou dois andares assustadores", afirmou Will Kayne, um dos guias da exibição, em uma entrevista de 2011 à BBC. 

O homem acrescentou ainda que o objetivo dos funcionários do hotel não era "provar ou refutar" as histórias do navio, mas simplesmente passá-las para frente.