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Vitrine / Personagem

Clã Fugate: a triste saga da família de pele azul

Durante 150 anos, essa condição genética permaneceu um mistério para a ciência

Victória Gearini Publicado em 09/05/2020, às 10h10 - Atualizado em 06/01/2022, às 14h40

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Retrato da família Fugate - Divulgação
Retrato da família Fugate - Divulgação

Nos primórdios do século 19, a triste saga do clã Fugate iniciava-se. Após membros da família nascerem com a pele azul, decidiram se refugiar no meio da floresta de Kentucky, longe do resto da civilização que pudesse os perseguir. 

Segundo pesquisas científicas, várias gerações de endogamia —  indivíduos geneticamente semelhantes ou com parentesco — teriam resultado nesta condição genética rara. 

Origem do clã Fugate 

Em 1820, um rapaz de origem francesa chamado Martin, mudou-se para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida. Ao nascer com a pele azul, foi rejeitado pelos pais e, ainda recém-nascido, abandonado em um orfanato.

Já nos Estados Unidos, Martin conheceu Elizabeth Fugate, com quem teve sete filhos, sendo quatro deles de pele azul. Embora todas as crianças tivessem o gene recessivo causador dessa condição rara chamada Methemoglobinemia, todos possuíam a saúde impecável, sem outras doenças. 

Naquela época, o governo dos Estados Unidos forneceu terras gratuitas para pessoas dispostas a construírem comunidades, alavancando a economia norte-americana. Desta forma, os Fugates, com a ajuda de outras quatro famílias — Combes, Stacy, Ritchie e Smith — construíram a vila de Troublesome Creek. Como a maioria dos fundadores eram casados, um dos filhos do casal, chamado Zachariah, casou-se com a sua própria tia.

Lorenzo e Eleanor Fugate, geração posterior a de Martin e Elizabeth Fugate / Crédito: Divulgação

Em geral, por ser tão rara, a Metahemoglobinemia deixa de se manifestar nas próximas gerações. No entanto, como o povoado era muito pequeno, parentes próximos acabaram se casando entre si, o que contribuiu para aumentar esta condição genética por mais de 150 anos.

Já as gerações futuras, em meados dos anos 1900, envergonhadas por terem a pele azul e com medo de serem alvos de experimentos científicos, passaram a viver cada vez mais nas profundezas da floresta de Kentucky, longe do resto da civilização.


Fugate e a contribuição para a ciência 

No final da década de 1950, o hematologista da Universidade de Kentucky, Martin Cawein, ficou intrigado com a história da família Fugate. Com o objetivo de estudá-los, mudou-se para Troublesome Creek em 1960 e, após meses de pesquisas e investigações, conseguiu achar o clã. A partir de então, passou a fazer vários exames na família.

Cena da série Mistérios no Museu (2016), em que retrata Dr. Cawein e os Fugates / Crédito: Divulgação

O Dr. Cawein descobriu que, ao transportar oxigênio para o sangue que estava faltando, o tom da pele mudava de azul para rosa, o que deixou a família animada com a descoberta. Portanto, o médico elaborou comprimidos que pudessem suprir essa falta.

Após a descoberta, a imprensa e diretores de Hollywood passaram a contatar os Fugates, que sempre os respondiam de forma hostil. Discretos, viveram boa parte de suas vidas longe dos holofotes. Sabe-se que a última criança a nascer com o tom de pele azul foi Benjy Stacy em Lexington, Kentucky. No entanto, com a medicina ao seu lado, conseguiu diminuir a pigmentação de seu organismo, sendo assim o fim dessa linhagem genética.


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