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Matérias / Estados Unidos

Criador do Fyre Festival anuncia novo projeto; relembre o desastre por trás do festival

O festival prometeu luxo e atrações incríveis, mas entregou caos

Redação Publicado em 27/10/2020, às 19h00 - Atualizado em 13/12/2022, às 16h06

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Imagens que marcaram Fyre Festival - Divulgação
Imagens que marcaram Fyre Festival - Divulgação

O nome de Billy McFarland já se tornou conhecido por diversos lugares do mundo, mas infelizmente não atribuído a uma boa lembrança — tanto que é qualificado pelo Google como sendo um 'impostor'. Isso porque ele foi o principal organizador do chamado Fyre Festival, um evento musical de luxo em uma ilha exclusiva, que na verdade desapontou a todos aqueles que desembolsaram altos valores pela experiência.

E agora, somente cinco anos depois do fracasso do Fyre Festival, Billy McFarland volta com outro grande projeto — que ainda levanta mais dúvidas que apresenta respostas —, o 'PYRT' (pronunciado como 'pirata', em inglês). De acordo com o portal Tilt, do UOL, a nova ideia possui foco em uma "realidade descentralizada imersiva virtual", embora McFarland, que está em prisão domiciliar, aponte não se tratar de um festival, evento ou mesmo metaverso.

PYRT é uma tecnologia na qual venho trabalhando nos últimos anos, chamada VID/R: a realidade virtual imersiva descentralizada", descreveu Billy McFarland em vídeo.

Além do mais, ele explica que o plano com seu novo projeto seria "conectar pessoas virtualmente e fisicamente" em ilhas nas Bahamas, contando com a participação de artistas, criadores de conteúdo e empresários. No entanto, mesmo que a ideia pareça interessante, seu histórico ainda levanta grande desconfiança. Confira a seguir o que foi o Fyre Festival em algumas curiosidades:

1. O marketing foi ótimo

Houve uma única coisa que funcionou no Fyre Festival: a propaganda. Diversas modelos famosíssimas postaram uma foto laranja simultaneamente em suas contas no Instagram, entre elas Kendall Jenner, Alessandra Ambrósio, Bella Hadid e Hailey Baldwin

Os posts misteriosos imediatamente chamaram a atenção do público, que esperou por algo grande o suficiente. O suspense acabou com a liberação do anúncio do festival em uma ilha caribenha, ninguém se decepcionou. 

“O melhor da comida, da arte, da música e das aventuras”, diziam os pacotes do evento. Inclusive, foi prometida a participação de atrações como Blink-182 e Major Lazer. Quando se olhava em perspectiva tudo que estava sendo oferecido, até fazia sentido que os ingressos custassem até US$ 100 mil.

2. Promessas 

“Os organizadores tiveram de seis a oito semanas para realizar algo que deveria ter levado quase um ano”, comentou Chris Smith, diretor do documentário de 2019 da Netflix, 'Fyre Festival — Fiasco no Caribe', que conta alguns detalhes sobre a organização do evento, segundo divulgado pela BBC.

Na verdade, o dinheiro do grande organizador do Fyre Festival, o empresário Billy Farland, também estava acabando muito antes da infraestrutura do evento — sua parte mais básica — ser garantida. 

Em um dos momentos mais chocantes do documentário, o promotor do festival, Andy King, conta como Billy lhe pediu para subornar um dos oficiais da alfândega das Bahamas para que a festa pudesse ter água, mesmo que eles não tivessem pagado por ela. Felizmente, o oficial apenas concordou com o pedido sem subornos.

3. A farsa caiu através de Tweets

Tweet mostrando o lanche servido no festival / Crédito: DIvulgação/ Netflix

No dia que o evento deveria acontecer, nada estava realmente preparado. Havia chovido durante a noite, e tanto o chão das barracas preparadas para as pessoas (que estavam longe de serem de luxo) quanto os colchões dentro delas estavam ensopados. Sequer haviam barracas o suficiente para todos. 

A comida servida — para aqueles que conseguiram comer algo durante as horas em que ficaram presos na ilha — foram sanduíches compostos por pão de forma, duas fatias de queijo, tomate e alface. Uma das pessoas que compareceu naquele dia postou a foto do lanche no Twitter, marcando o festival com a hashtag, e a publicação acabou viralizando. Foi quando a farsa do evento começou a se revelar. 

4. Todos os envolvidos tiveram prejuízos 

Billy McFarland acabou devendo 27 milhões de dólares para os 80 investidores que colocaram seu dinheiro no Fyre Festival. Contudo, como o documentário da Netflix também expõe, esses não foram os únicos prejudicados, mostrando o caso de uma dona de restaurante que gastou 50 mil dólares para tentar atender aos jovens que chegaram na ilha naquele dia. 

“Ela usou grande parte de suas economias para tentar honrar o compromisso que tinha feito com eles”, contou Chris. “No fim das contas, quando tudo desmoronou e todo mundo foi embora, ela ficou para trás para lidar com isso”.

5. Últimas atualizações 

No fim de tudo, o empresário que organizou — ou melhor, que não organizou — o desastre que foi o Fyre Festival acabou preso por fraude, sob pena de seis anos. Em 2020, ele pediu para sair da prisão mais cedo por conta da pandemia de covid-19, o que não foi acatado.