Propriedade: Na Netflix, suspense debate desigualdade social com final visceral

Traumatizada após um assalto, uma mulher decide passar um tranquilo final de semana com o marido na fazenda da família. Entretanto, tudo vai por água abaixo quando se inicia uma revolta organizada pelos trabalhadores da propriedade. Na tentativa de escapar da morte, ela encontra refúgio num carro blindado.

Em "Propriedade", Daniel Bandeira utiliza o suspense para debater as consequências da desigualdade social. Lançado em 2022, o filme foi adicionado recentemente no catálogo da Netflix e chama atenção dos assinantes.

Reações

"Hoje chegou a Netflix o filme Propriedade do Daniel Bandeira. Recomendo demais. Ótimo filme que se utiliza de um rigor formal fortíssimo, uma atmosfera de tensão e brutalidade visceral. Consegue unir cinema de gênero e o comentário social de um modo fora do óbvio", publicou um internauta no X, antigo Twitter.

"Chegou hoje à Netflix o filme PROPRIEDADE, um suspense que usa a linguagem do horror para observar questões muito brasileiras. É um filme PESADO, que complica aliás a própria ideia de comentário social. Um dos meus filmes brasileiros preferidos nos últimos anos. Recomendo DEMAIS", opinou outra conta.

"Propriedade é um horror nacional que entrou hoje no catálogo da Netflix. Estou recomendando esse filme porque foi o melhor filme que vi no meu 2024 até o momento. Ele nos faz refletir sobre a desigualdade, mas também a violência entre classes sem um diálogo. é excelente, vejam!", recomendou outra internauta.

Na história do filme, a estilista Tereza (Malu Galli) tenta sobreviver em meio a uma revolta dos funcionários da fazenda. Explorados durante anos, eles são descartados pelo marido de Tereza, que quer transformar a propriedade num hotel.

Polarização

Protegida por um carro blindado, a estilista vive momentos perturbadores enquanto os funcionários tentam retirá-la do automóvel a qualquer custo. Tenso do começo ao fim, o filme proporciona uma reflexão sobre universos tão diferentes.

"Com a chegada dos anos 2010, principalmente após a eleição de Dilma, onde essa polarização começou a pautar o Brasil, eu comecei a ver nessa imagem muitos significados que achei interessante explorar. Um enclausuramento dentro de uma zona de conforto, uma incapacidade dessa mulher em dialogar do lado de fora", explicou Bandeira ao O Globo no ano passado. "Acabou virando uma história sobre incomunicabilidade entre dois universos. Diante de um Brasil muito polarizado, eu tento com o filme uma tentativa de equilíbrio de motivações, tento trazer esse impasse sem apresentar juízos de valor". 

Agora disponível no catálogo da Netflix, "Propriedade" não decepciona quem procura um filme envolvente e marcado por desdobramentos surpreendentes.