Foto ilustrativa de olho - Foto de BlenderTimer, via Pixabay
Ciência

Estudo revela que depois de tomar tiro na cabeça, soldado enxergou o mundo ‘ao contrário’

O estudo descreveu que o paciente M identificava objetos e pessoas do lado contrário ao que realmente estavam

Isabelly de Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 15/05/2023, às 16h10 - Atualizado às 16h14

Durante a Guerra Civil Espanhola, em 1938, um soldado levou um tiro na cabeça e passou a enxergar o mundo ao contrário depois de acordar. O homem ficou conhecido como paciente M e foi descrito na revista científica espanhola Neurologia. Para ele, tanto objetos quanto pessoas pareciam estar do lado oposto de onde estavam de fato.

O soldado também sofreu alterações na audição e no tato. Ele conseguia ler números e letras impressas de forma normal e de trás para frente, sem que o cérebro identificasse qualquer diferença entre os dois. Quando foi baleado na cabeça em um campo de batalha em Levante, Valência, em maio de 1938, o homem tinha 25 anos.

Depois de acordar de um coma que durou duas semanas, ele relatou que não enxergava nada com o olho esquerdo e via somente um leve brilho no direito. O soldado conseguiu recuperar a saúde sem precisar de cirurgia ou qualquer tipo de cuidado especial, ainda que estivesse com dois buracos retorcidos no crânio por onde a bala entrou e saiu.

Com o passar do tempo, a visão dele foi voltando, mas de forma diferente. Justo Gonzalo Rodríguez-Leal, médico que acompanhou o paciente M por 50 anos, disse que havia uma série de sintomas. Além de ver tudo multiplicado por três, ele percebia cores “descoladas” dos objetos, segundo o portal O Globo.

Outros efeitos

O toque e a audição também foram prejudicados, já que o cérebro processava ambos os sentidos como se tivessem origem no lado oposto do corpo. Ainda que o homem tivesse um estilo de vida atípico, ele seguiu a vida sem problemas, o que foi atribuído pelo médico a um desenvolvimento inconsciente de estratégias de enfrentamento.

Em seu livro ‘Cerebral Dynamics’, o doutor explica que a bala parece ter impactado a região parieto-occipital esquerda do cérebro do então paciente. Rodríguez-Leal avaliou a lesão e concluiu que o cérebro poderia não estar dividido em regiões distintas.

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