Marcelo Gutglas, fundador do grupo Playcenter, vendeu a empresa para a Cacau Show e revelou que não vendeu o parque com o coração
Isabelly de Lima Publicado em 24/02/2024, às 08h45 - Atualizado em 01/03/2024, às 19h08
Após 50 anos de trabalho ininterrupto, Marcelo Gutglas, de 83 anos, fundador e CEO do Grupo Playcenter, vendeu a empresa para a Cacau Show em um negócio de valor não divulgado. A negociação marca o fim de um ciclo na história do entretenimento brasileiro, com o fechamento do icônico parque de diversões que marcou a infância de milhões de pessoas.
"Eu saí do país. Ainda não deu para pensar nisso. Trabalhei a vida toda. Não sei como um aposentado se comporta", explicou Gutglas à Folha de S. Paulo, confessando ter hesitado em se desfazer do que considera a "maior realização profissional de sua vida".
Ainda que admita que a venda foi rápida para um grupo que fatura mais de R$ 100 milhões anualmente, Gutglas pondera que poderia ser um bom momento para continuar no mercado, mas assegura que um parque ao ar livre como o Playcenter não seria viável devido aos altos custos e à necessidade de diversas licenças.
O empresário, que também participou do projeto Hopi Hari, atuará como consultor de Alexandre Costa, CEO da Cacau Show, no novo parque que pretende construir.
Vacilei, sim. Algumas vezes. Eu vendi o Playcenter com o cérebro, não com o coração”, explicou Gutglas.
O Playcenter chegou a ter 130 mil metros quadrados e foi o maior da América Latina, mas problemas financeiros o levaram ao fechamento em 2012. Gutglas admite que o aumento do aluguel na área foi um dos motivos para o colapso financeiro do parque, segundo o portal Estado de Minas.
Com a venda para a Cacau Show, o Playcenter pode ter um novo capítulo em sua história. Alexandre Costa, CEO da empresa de chocolates, sonha em construir um grande parque temático e garante que vai cuidar do legado do Playcenter e seguir com a marca. Para Gutglas, fica a memória dos 40 anos de Playcenter, dos 60 milhões de visitantes, da sua vivência e do carinho que ainda recebe.
O Playcenter era uma família feliz. Isso me deixa lisonjeado e com certa nostalgia. Foi um ciclo da minha vida. Mas acabou".
Aos 83 anos, Gutglas ainda não sabe como será sua aposentadoria, mas garante que não vai parar de trabalhar.
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