Fotografia aérea do vazamento de gás em gasoduto russo no mar Báltico - Getty Images
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Navio possivelmente relacionado a explosões de gasodutos russos é investigado

Em setembro de 2022, dois gasodutos russos responsáveis por fornecimento à Europa foram danificados; em meio à guerra, teorias apontavam envolvimento da Ucrânia

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 09/03/2023, às 11h00

Em setembro de 2022, em meio ao tenso conflito que já perdura há mais de um ano entre Rússia e Ucrânia, ocorreu no mar Báltico quatro grandes vazamentos de gás precedidos por explosões subaquáticas nos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2, que ligavam o país de Putin à Alemanha e forneciam gás russo para toda a Europa. Desde então, as sabotagens estão sempre em pauta, tendo deixado um clima de tensão ainda maior entre os dois países em guerra.

Porém, somente agora, março de 2023, mais de cinco meses após o acontecimento, a Alemanha anunciou estar investigando um navio suspeito de ter sido responsável pelo ataque aos gasodutos, para tentar descobrir quem eram os autores. De acordo com o UOL, a suspeita se dá pelo fato de que a embarcação transportava, consigo, alguns explosivos.

A Procuradoria Federal alemã de Karlsruhe informou, em nota, que "revistou um barco entre 18 e 20 de janeiro de 2023", suspeito de ter sido "utilizado para transportar artefatos explosivos". Na época, devido ao momento de grande tensão entre a Rússia e a Ucrânia, suspeitas foram levantadas de que o incidente se tratava de um atentado ucraniano, o que deixou toda a situação ainda mais complicada.

Vazamento de gás no mar Báltico, após ataque a gasoduto russo / Crédito: Getty Images

 

Investigações

Embora diversas buscas tenham sido realizadas no navio suspeito, ainda "não é possível, no momento, fazer afirmações sólidas" sobre a identidade dos possíveis autores do atentado, tampouco suas motivações ou se existe a possibilidade de a ação ter sido uma implicação de Estado, de acordo com a Justiça alemã, como informado pelo UOL.

No entanto, um artigo publicado na última quarta-feira, 8, no New York Times, atribui a sabotagem aos gasodutos russos a um "grupo pró-ucraniano", baseado em dados coletados por agências de inteligência estadunidenses. A alegação, porém, provocou forte reação em Kiev:

A Ucrânia não tem nada a ver com o acidente no mar Báltico e não tem informações sobre 'grupos de sabotagem pró-ucranianos'", publicou, no Twitter, Mykhailo Podolyak, assessor do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

No entanto, embora o governo ucraniano negue participação no ataque aos gasodutos russos, a investigação aponta cada vez mais indicativos de que Zelensky saiba mais sobre. Uma das razões é o fato de que, como informado pelo semanário Die Zeit, assim como os canais públicos ARD e SWR, a embarcação teria sido alugada por uma empresa "pertencente a dois ucranianos" com sede na Polônia.

As fontes também apontam que passaportes falsos foram utilizados para o aluguel do navio, além de que restos de explosivos teriam sido encontrados "na mesa da cabine" da embarcação, que teria sido devolvida ao proprietário "sem limpar". "Apesar de as pistas apontarem para a Ucrânia, os investigadores ainda não conseguiram determinar quem encomendou a operação", aponta, por fim, o semanário.

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