Imagem meramente ilustrativa - Foto por Gerd Altmann pelo Pixabay
Inteligência artificial

Pela primeira vez, inteligência artificial defenderá réu em tribunal

Feito inédito deve ocorrer no próximo mês, nos Estados Unidos

Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 09/01/2023, às 14h06

Em fevereiro, está previsto para acontecer nos Estados Unidos uma audiência jurídica que deve entrar para a história. Isso porque ela será a primeira em que uma inteligência artificial assumirá a responsabilidade de aconselhar e defender o réu frente a um tribunal, feito este que antes parecia possível apenas em filmes de ficção científica.

Como explica o site da Superinteressante, a inteligência artificial (IA) deve rodar em um smartphone, acompanhando tudo que é conversado durante a audiência, em tempo real, e instruindo o réu sobre o que ele deve dizer, por meio de um fone de ouvido.

Embora o uso de celulares ou computadores com fone seja proibido em tribunais na maioria dos países, a empresa que desenvolveu a IA encontrou uma brecha na lei que a coloca como um aparelho auditivo.

Está, tecnicamente, dentro das regras, mas não acho que esteja no espírito das regras", explica Joshua Browder, fundador da DoNotPay, empresa que desenvolveu a inteligência artificial.

Até o momento, a localização do tribunal em que ocorrerá a audiência, assim como a identidade do réu, seguem mantidos em segredo pela DoNotPay, servindo ainda como um teste para a empresa.

O criador da IA ainda se comprometeu a pagar qualquer multa, se perder o caso, no lugar do réu — a acusação seria simples: excesso de velocidade no trânsito.

DoNotPay

A DoNotPay foi criada inicialmente apenas como um chatbot para aconselhamento jurídico, até que, em 2020, começaram a se especializar mais na aplicação e uso de inteligências artificiais. 

Uma dificuldade enfrentada por Browder foi o fato de que inteligências artificiais dependem de uma grande quantidade de informações para que funcionem adequadamente. Por isso, demorou quase três anos para que a ferramenta realmente se fizesse útil, de forma a se atentar à verdade.

Estamos tentando minimizar nossa responsabilidade legal", conta Browder, como informado pela Superinteressante. "E não seria bom se ela distorcesse os fatos e fosse muito manipuladora."
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