Um dos precursores da sétima arte, ele foi vítima de um sumiço misterioso que só foi solucionado após muitos anos
Paola Churchill Publicado em 04/12/2020, às 13h00
Quando pensamos nos pioneiros do cinema, automaticamente citamos os nomes dos irmãos Lumière ou de Thomas Edison, no entanto, antes desses grandes homens ajudarem com a criação de sétima arte, Louis Le Prince, com apenas uma câmera de lente única e um rolo de filme, passou a registrar imagens em movimento, em 1888.
Ao perceber o potencial que a invenção poderia ter, queria patentear. O visionário passou a filmar bondes elétricos, cavalos correndo pelos campos e até mesmo pedestres passeando pelas ruas.
As películas ganharam nome: Roundhay Garden Scene, Traffic Crossing Leeds Bridge, Accordion Player e Man Walking Around A Corner. Foram exibidas no mesmo ano, em uma pequena fábrica em Leeds, na Inglaterra, mas não seriam distribuídas para o público em geral. No entanto, essa exibição foi considerada a primeira exposição em movimento do mundo.
Apesar da grande invenção, suas conquistas para o cinema tanto americano como europeu acabaram sendo ofuscadas por um episódio insólito: o próprio desaparecimento.
Em setembro de 1890, numa sexta-feira, Louis se despediu dos amigos na Inglaterra, prometendo que voltaria depois de uma viagem pelos Estados Unidos com o objetivo de mostrar a sua mais nova câmera. Na segunda-feira, os colegas e sua família foram buscá-lo na estação. Após horas e horas de espera, o homem não apareceu. Acreditaram que havia perdido o embarque, no entanto, a situação era ainda pior.
A única pista que tinham sobre o sumiço, envolvia a sua última aparição, no dia 16 de setembro, à bordo do trem que ia até Dijon, na França. Assim, a polícia francesa, a Scotland Yard e todos os entes queridos do rapaz realizaram buscas exaustivas por meses, mas nem o corpo ou a mala foram detectados.
Teorias
Surgiram ideias mirabolantes sobre o destino do rapaz que tinha um futuro promissor. A primeira é que durante a viagem que o homem fez para a França, ele desapareceu. Ninguém soube explicar muito bem o motivo, talvez porque queria começar um nova vida ou para que ninguém roubasse sua ideia, ele decidiu sumir do mapa. Nenhuma dessas teorias foram comprovadas.
A segunda, é que Le Prince estava quase à beira da falência e se suicidou. A viagem que faria até a França, não passava de fachada para o seu real plano. Já a terceira, era a mais peculiar e bizarra de todas.
Muitos queriam a invenção de Louis: sabiam que o objeto era uma mina de ouro. No momento que desapareceu, Le Prince estava prestes a patentear a sua mais nova câmera e iria exibi-la em Nova York. Seu principal concorrente na época era Thomas Edison, a rivalidade dos dois era bem conhecida.
Então, alguns estudiosos do caso, afirmam que Edison mandou matar o rival e ficar com sua patente. No entanto, nada foi compravado. Foram várias e várias teorias para tentar explicar o que havia acontecido com Le Prince.
Apesar da inveção ser indiscutível, seu trabalho foi perdido ao longo das décadas, e toda a glória da criação do cinema ficou com os Irmãos Lumière e Thomas Edison. Além de sumir, ele foi apagado da história da sétima arte.
Em 2003, mais de 100 anos depois do sumiço, é que o caso teve uma conclusão. Foi descoberto, através de arquivo da Polícia Francesa, a fotografia de um homem no momento de um afogamento. O personagem, infelizmente, era Louis Le Prince. Autoridades acreditam que ele cavaça patos no momento da tragédia.
O nome do pioneiro do cinema foi relembrado e várias homenagens foram feitas, para a felicidade da família. Em Leeds, cidade onde nasceu, ele é considerado um herói local, e no mesmo que o caso foi solucionado, o Centro de Cinema Fotografia e Televisão da Universidade de Leeds foi batizada em sua homenagem.
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