Alison em bancada de telejornal - Divulgação / CBS
Estados Unidos

A luta do pai da jornalista morta ao vivo na TV para sumir com seu vídeo final

Alison Parker foi alvejada em meio a um jornal nos EUA e teve seus últimos momentos amplamente compartilhados pela internet

Wallacy Ferrari Publicado em 27/02/2022, às 16h10

Na manhã de 26 de agosto de 2015, os telespectadores que acompanhavam uma afiliada da rede norte-americana CBS viram a Alison Parker realizar uma entrevista ao vivo por volta das 6h45 da manhã em frente ao Bridgewater Plaza, localizado na cidade de Moneta, em Virgínia, EUA.

Em poucos instantes, a câmera, operada por Adam Ward, perdia a estabilidade da imagem e atingia o chão. No pouco de imagem enquadrada que ainda era visível, é possível ver Alison correndo ao fundo. Eram os últimos momentos em vida de ambos os funcionários da emissora, que eram atacados em plena transmissão.

Os tiros vieram de outro jornalista, identificado como Vester Lee Flanagan, ex-funcionário da mesma empresa, que posteriormente foi perseguido pela polícia e encerrou sua vida com um disparo contra a cabeça. Apesar de deter o criminoso, as imagens ficaram marcadas não apenas na memória de quem acompanhava, mas na história da televisão norte-americana.

Amplamente compartilhada por ser pouco comum, as imagens foram reverberadas em redes sociais e por portais de notícia de todo o mundo, mostrando Alison sendo assassinada junto ao colega. Contudo, Andy Parker, pai da jovem repórter, luta para que a memória pare de voltar a tona, buscando encerrar a divulgação do trágico vídeo — obtendo uma importante resolução em fevereiro de 2021.

Cenas da transmissão pouco antes dos disparos serem efetuados / Crédito: Divulgação / YouTube / CBS

 

Direito ao esquecimento

De acordo com o jornal The Washington Post, ele conseguiu, junto à Justiça, que a gravação do brutal crime fosse transformada em NFT, sigla em inglês para “token não fungível”.

Esta modalidade permite criptografar um arquivo digital de qualquer tipo, como imagens, fotos, vídeos e músicas em seus arquivos originais, e permitir que exista "itens autênticos", ou seja, únicos no mundo, como se fossem uma só unidade de uma obra de arte.

Dessa forma, existirá maior dificuldade na difusão da imagem, que terá um certificado digital para acessá-la ou possuí-la. Como não é de interesse de Andy, a peça não será comercializada e, sem acesso público, poderá se tornar desconhecida com o tempo.

Além disso, ao se tornar NFT, ela passa a ter um dono, estabelecendo penas mais severas para quem usá-la indevidamente. Além disso, a emissora WDBJ, afiliada da CBS onde Alison trabalhava, fez um acordo com o homem, cedendo uma licença especial para ele ter o direito de ordenar remoções do vídeo.

Apesar disso, não concordou em remover as imagens finais do acervo da emissora ou dividir os direitos autorais. Ao torná-la NFT, os representantes legais da detentora manifestaram incomodo, como informou o portal Splash, do UOL.

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