Veja o que influencia na escolha do sucessor do imperador japonês
Redação Publicado em 18/06/2021, às 07h05 - Atualizado em 10/05/2022, às 16h53
No dia 8 de novembro de 2020, foi realizada uma tradicional cerimônia no Japão, a qual nomeou formalmente o herdeiro ao trono imperial, o príncipe Akishino. Aos 55 anos, ele é irmão mais novo de Naruhito, que, desde 2019, quando seu pai Akihito renunciou, é o atual imperador do país.
Sabendo disso, você pode estar se perguntando: mas por que o irmão? Naruhito não teve filhos?
Sim, o atual líder japonês possui uma única filha, Aiko, hoje com 19 anos de idade. Entretanto, a tradição da família imperial japonesa não permite que uma mulher herde o trono.
Além disso, quando uma integrante do sexo feminino se casa com um não-membro, ela deve deixar seus títulos, de modo que seus filhos também não terão influência no que compreende o trono.
De acordo com o Jornal DCI, a cerimônia de reconhecimento de Akishino como herdeiro se deu no Palácio Imperial de Tóquio, onde se reuniram vários membros da família imperial, como o imperador e sua esposa, Masako.
Também o primeiro-ministro Yoshihide Suga e os representantes das embaixadas estrangeiras participaram da celebração.
“Eu pondero profundamente sobre a responsabilidade do príncipe herdeiro e cumprirei minhas obrigações”, disse Akishino durante o evento, que contou com o rito tradicional de herança da “espada guardiã”. O imperador Naruhito a entregou ao príncipe, simbolizando a sucessão ao trono.
Depois de Akishino, os próximos na linha de sucessão são seu filho de 14 anos, Hisahito, e o irmão mais novo do antigo imperador Akihito, o príncipe Hitachi, que tem hoje 85 anos.
Apesar de no presente, as mulheres não possuírem direito à herança do trono, no passado tudo era diferente. Na verdade, imperatrizes governaram o Japão ao longo dos séculos.
Porém, em um período mais recente da história japonesa, o papel do imperador foi modificado, além de se estabelecer a condição de que apenas homens poderiam governar.
Houve chance de mudar essa tradição nas últimas décadas, quando a família imperial percebeu que havia cada vez menos chances de manter uma linha de sucessão.
No entanto, o nascimento do filho de Akishino pôs um fim ao debate. Após 40 anos, ele foi o primeiro herdeiro do sexo masculino, de modo que herdará o poder do pai.
Em 2018 essa questão ressurgiu, desta vez em razão do casamento da princesa Ayako. Como ela se uniu a um cidadão comum, teve de renunciar seus títulos, algo que não aconteceria com um príncipe.
Contudo, por mais que grande parte dos japoneses seja favorável que mulheres sejam herdeiras, a tradição, aparentemente, não será deixada em um período tão breve.
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