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Curiosidades / Chapecoense

Chapecoense: Os relatos de uma sobrevivente sobre a tragédia

Comissária de bordo do voo da LaMia, Ximena Suárez é uma das seis sobrevivente do voo da Chapecoense; tragédia que completa extos sete anos

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 29/11/2023, às 17h00

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A comissária Ximena Suárez - Arquivo Pessoal
A comissária Ximena Suárez - Arquivo Pessoal

Finalista da Copa Sul-Americana em 2016, a Chapecoense viajava para Medellín, na Colômbia, onde enfrentaria o Atlético Nacional, quando o voo comercial LaMia 2933 sofreu um acidente aéreo às 21h58, do horário local, do dia 28 de novembro (ou às 2h58 do horário de Brasília do dia 29 de setembro, há exatos 7 anos).

Impedidos de fazerem um voo direto do Brasil para a Colômbia, a delegação fez um trajeto de duas etapas: a primeira saindo de Guarulhos até a Bolívia, e a segundo de Santa Cruz de la Sierra até o destino. A aeronave caiu próximo a região chamada de Cerro El Gordo, perto do aeroporto de Rionegro.

Local da queda da aeronave / Crédito: Policía Nacional de los colombianos via Wikimedia commons

O acidente vitimou 71 pessoas, entre jogadores, dirigentes, comissão técnica, jornalistas e comissários de bordo. Apenas seis pessoas sobreviveram, sendo a comissária de bordo Ximena Suárez uma delas.

+ 7 anos depois: O que aconteceu com os sobreviventes da Chapecoense?

A sobrevivente concedeu, nos anos seguintes, uma série de entrevistas relatando os momentos que antecederam o acidente e recordando a energia dos jogadores que encarariam um momento histórico para o clube.

Os sinais

Ainda em 2016, dias após a tragédia, Ximena Suárez foi visitada no hospital pelo governador de Antioquia, Luis Pérez. Na ocasião, ela deu detalhes do momento que antecedeu a queda. Ela revelou que as luzes da aeronave se apagarem repentinamente.

O pouco que ela falou foi que as luzes começaram a se apagar repentinamente e que 40 ou 50 segundos depois sentiu a pancada. Ela se lembra até aí", disse Pérez à veículos de imprensa na época, conforme repercutiu o jornal O Globo.

Dois anos depois, a comissária de bordo falou com o jornal esportivo Lance!, onde resgatou a energia dos Guerreiros de Condá, como os atletas da Chapecoense eram apelidados. "Era um ambiente de festa, tão feliz. As pessoas [da delegação da Chapecoense] estavam muito eufóricas, com gana de vencer a partida".

Aeronave da LaMia/ Crédito: Graham via Wikimedia Commons

Suárez também informou que em nenhum momento foi avisada sobre eventuais problemas na aeronave. "Eu estava na parte posterior da cabine. Não chegaram a nos avisar de nada. A gente também não chegou a escutar se havia ou não problemas. Eu esperava uma aterrissagem segura que, infelizmente, não aconteceu. Sentimos em uma fração de segundos apagando os motores, as luzes e veio tudo...".

Ligação com a Chape e traumas

Ainda ao periódico esportivo brasileiro, Ximena Suárez relatou que passou a ter contato com os familiares das vítimas do voo, principalmente com as esposas dos jogadores e dos jornalistas que acompanhavam a delegação — que buscavam informações sobre o seguro da LaMia. "Contei tudo o que sabia, mas, lamentavelmente, todos voltaram sem resposta".

Como forma de homenagear as vítimas, a comissária de bordo fez uma tatuagem nas costas. "Esta tatuagem é um símbolo do que passei. Uma ferida aberta. Ferida que, lamentavelmente, nunca vou curar por completo, sempre vai estar aí".

Tatuagem feita pela comissária/ Crédito: Arquivo Pessoal

Por fim, em 2017, Suárez foi entrevistada pelo Fantástico, da TV Globo, quando recordou os traumas que ainda vivia em decorrência da tragédia. "Tenho pesadelos até hoje. Acho que a escuridão me faz lembrar do acidente. Acordo de madrugada, sinto como se tivesse alguém do meu lado".

A comissária relatou ter flashbacks de quando a aeronave estava em queda e disse que o piloto não fez nenhum aviso de emergência: "A luz, os gritos, tudo. Me lembro de tudo. Nunca pensei que veria essas cenas".

Segundo a reportagem, Ximena Suárez foi submetida a seis cirurgias por conta do acidente, além de ter sido operada em outras duas ocasiões. Ela também foi diagnosticada com estresse pós-traumático.