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Curiosidades / Segunda Guerra

E se o Brasil tivesse aderido ao Eixo, durante a Segunda Guerra?

Entenda as complicadas consequências de uma possível aliança entre Brasil, Alemanha, Itália e Japão

Redação Publicado em 26/06/2020, às 08h00

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Getúlio Vargas após a revolução de 1930, que iniciou a Era Vargas - Wikimedia Commons
Getúlio Vargas após a revolução de 1930, que iniciou a Era Vargas - Wikimedia Commons

Entre agosto de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial, e setembro de 1942, quando o Brasil entrou no conflito para apoiar os Aliados, não foram poucos os rumores de que o governo brasileiro iria aderir ao Eixo – coalizão que reunia, além da Alemanha, a Itália e o Japão. “Os pontos em comum entre o Estado Novo de Vargas e os nazi-fascistas eram evidentes tanto no campo econômico, quanto político”, diz Maria Aparecida de Aquino, professora da Universidade de São Paulo (USP).

Exemplo disso, foi o discurso de Getúlio, feito um dia depois de Hitler tomar Paris, em junho de 1940. O presidente elogiou “as nações fortes que se impõem pela organização baseada no sentimento da pátria e sustentam-se na convicção da própria superioridade”.

Durante os anos 30, a balança comercial do Brasil com a Alemanha era maior que com os Estados Unidos. “Com o início da guerra, no entanto, o Brasil ficou em cima do muro”, diz o historiador Luís Fernando Ayerbe, da Universidade Estadual Paulista. E estivemos muito perto de descer do lado errado. Segundo ele, a adesão de Getúlio aos aliados foi uma transação financeira e política que envolveu pressões diplomáticas e 20 milhões de dólares para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, no Rio.

Para Joel Wolfe, professor da Universidade de Rice, nos Estados Unidos, especialista em história do Brasil, se o país se alinhasse ao Eixo, estaria criando um transtorno e tanto para a política externa do presidente Franklin Roosevelt. “O Brasil ocupava uma posição importante no cenário da guerra, não só como fornecedor de produtos-chave, especialmente o magnésio, mas também por ser uma ponte para uma ação militar na América do Norte”, diz.

Mas será que isso justificaria a invasão no Brasil?

“O governo americano possuía na época planos de contingência para todos os cenários. Em um deles, Washington previa ocupar o nordeste brasileiro caso Vargas aderisse ao Eixo, numa operação que envolveria 150 mil homens”, diz Joel. No entanto, ele não acredita que isso ocorresse. “É mais provável que os aliados bloqueassem o acesso aos portos brasileiros”, afirma.

Com ou sem a ocupação do Brasil, o resultado da guerra não seria diferente. A resistência dos soviéticos na frente leste e a invasão aliada no oeste derrotariam os exércitos do Eixo na Europa. Aqui, a derrota abreviaria o período Vargas e jogaria o país numa crise econômica e política sem precedentes.

“Getúlio acabaria deposto após a derrota, ou ainda no final da guerra, quando as forças do Eixo já estavam desmobilizadas”, diz Joel. Algo parecido aconteceu na Itália, onde as forças que sustentavam o governo pró-Eixo não eram tão coesas e Benito Mussolini acabou enforcado antes do fim dos combates. Após a guerra, a invadida Alemanha e o humilhado Japão receberam apoio para a reconstrução. Mas o Plano Marshall não beneficiaria o Brasil.

“Os empréstimos foram um meio de evitar a influência soviética naqueles países, o que não aconteceria no Brasil”, diz Maria Aparecida, da USP. “A guerra ao lado do Eixo seria um desastre para o Brasil. O país sairia dela derrotado, empobrecido e isolado”, afirma.


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