Em 2014, uma estátua de leão chamou a atenção por preservar uma cápsula do tempo de mais de um século; entenda o caso!
Isabelly de Lima Publicado em 21/04/2024, às 09h00 - Atualizado em 24/04/2024, às 17h44
As cápsulas do tempo são como portais que nos conectam com o passado e lançam pontes para o futuro. Deixadas no seio da terra ou em monumentos históricos, guardam, em seu interior, memórias, objetos e mensagens que revelam costumes, crenças e sonhos de outras épocas.
Ao abrir uma cápsula do tempo, embarcamos em uma viagem no tempo, desvendando segredos de gerações passadas. Vemos como viviam, o que pensavam e o que esperavam para o futuro.
Entretanto, esses objetos também servem como mensagens para o futuro. São registros da nossa época, deixados para as próximas gerações como um testemunho de quem somos e como vivemos.
Com isso em mente, vale relembrar um episódio marcante relacionado a tais cápsulas. Caso famoso nos Estados Unidos é uma cápsula do tempo deixada na cabeça de uma estátua de leão, no topo de um marco histórico por mais de um século.
A cápsula do tempo permaneceu selada dentro da cabeça do leão desde 1901, posteriormente esquecida até recentemente.
Rumores sobre sua existência foram confirmados um mês antes da descoberta, quando a estátua foi retirada da Old State House para restauração, explicou a CBS, em 2014. A delicada operação de remoção da caixa aconteceu em um estúdio de escultura no subúrbio de Woburn.
Robert Shure, proprietário do Skylight Studio, foi responsável por realizar a remoção da caixa. Ele primeiro retirou uma coroa de cobre e folha de ouro que cobria a cabeça do leão, cortou os cabos que prendiam a caixa dentro da cabeça e a removeu.
A caixa retangular, pesando entre 2,5 e 4,5 quilos e medindo aproximadamente 20 por 30 centímetros de comprimento, foi retirada com sucesso, conforme relatado por Shure.
A possível existência da cápsula do tempo foi, inicialmente, trazida à atenção da sociedade há anos, pela tataraneta de Samuel Rogers, um artesão envolvido nas reformas do edifício.
Rogers foi o responsável por colocar a cápsula do tempo na cabeça do leão e catalogar seu conteúdo. Um artigo de 1901 da The Boston Globe corroborou posteriormente a existência da caixa de cobre, mencionando que seu conteúdo seria de interesse quando aberto muitos anos depois.
A Sociedade Bostoniana tinha a expectativa de encontrar cartas, recortes de jornais e outros objetos de 1901, o ano em que a cápsula foi inserida na estátua da Old State House. Em 2014, a abrirem a pequena caixa, foram descobertos papéis com um livro.
Contudo, a obra não apresentava marcas visíveis. Devido ao estado frágil dos itens, nada foi removido. A condição do interior da caixa e de seu conteúdo, sem sinais de mofo ou danos causados pela água, fascinou o então presidente da sociedade, Brian LeMay.
Elizabeth Roscio, arquivista da Boston Society, contou também à CBS, na época, que a caixa seria transferida para um local com controle ambiental, onde seu conteúdo poderia ser meticulosamente estudado após a remoção. Posteriormente, os itens foram exibidos ao público.
