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Desventuras / Cápsula do tempo

A cápsula do tempo de 1887 que foi escondida no pedestal de estátua nos EUA

Aberto em 2021, o objeto teria sido marcado pela mentalidade da época, principalmente no que diz respeito ao lado dos Confederados da Guerra Civil

Redação Publicado em 18/06/2023, às 09h00 - Atualizado em 26/06/2023, às 18h09

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A cápsula do tempo - Divulgação/ Youtube/ VPM
A cápsula do tempo - Divulgação/ Youtube/ VPM

Em dezembro de 2021, a cidade de Richmond, localizada no estado norte-americano de Virgínia, nos EUA, decidiram finalmente abrir uma cápsula do tempo criada pelos moradores do local de 1887.

O objeto, que consistia em uma caixa de cobre de 16 quilos, foi guardado dentro do pedestal de uma estátua que representa o generalRobert E. Lee, que lutou pelos Confederados (o lado que queria continuar com o sistema escravocrata) durante a Guerra Civil Americana. 

Segundo repercutiu o portal ABC News, o esquadrão antibombas de Richmond havia feito uma radiografia da cápsula antes de sua abertura, só por garantia. As imagens de raio-X mostraram a presença de diversos utensílios de metal, como moedas, botões e possível munição usada durante a disputa entre os estados do Sul e do Norte dos EUA. 

Vale apontar aqui, aliás, que os itens guardados há 134 anos não eram uma completa surpresa: na época em que ele foi selado, um jornal local havia publicado um artigo descrevendo alguns dos artefatos incluídos na iniciativa. 

Entre eles, um dos itens que causava mais expectativa à equipe de historiadores organizada para analisar a caixa era uma foto de Abraham Lincoln, o 16° presidente do país, em seu caixão. 

O curioso conteúdo 

Alguns dos artefatos presentes na cápsula / Crédito: Divulgação/ Youtube/ VPM

O evento da revelação do conteúdo da cápsula do tempo foi filmado e transmitido ao vivo nas contas oficiais de Ralph Northam, que era o governador da cidade na época, ainda segundo a ABC News. 

Muitos dos objetos estavam úmidos devido à água de chuva que conseguiu penetrar na caixa, mas, no geral, se encontravam bem mais conservados que os profissionais esperavam que estivessem, de forma que pode-se dizer que o cobre teria feito um bom trabalho de isolamento. Para abrir o compartimento, aliás, foi necessário cortar o metal. 

Dentro, havia, como sugeriu a radiografia, dinheiro confederado na forma de moedas de prata e de cobre, uma bandeira esculpida na madeira, uma revista, livros (incluindo uma Bíblia Sagrada), documentos oficiais e equipamentos militares tais como balas e o invólucro de uma munição antiga. No total, se tratariam de 60 itens. 

Livros encontrados na cápsula / Crédito: Divulgação/ Youtube/ VPM

A imagem citada de Abraham Lincoln também estava presente, mas não era um negativo da fotografia original, o que teria grande valor histórico, e sim uma impressão de jornal. 

Pelo que posso dizer, foi uma gravura impressa em massa que apareceu no veículo Harper's Weekly. Então não era um original, talvez tenha sido tirado de uma fotografia, mas é uma gravura de um jornal. O jornal era de 1865, pelo que podemos dizer, a menos que fosse uma reimpressão", apontou Sue Donovan, uma das especialistas envolvidas no evento, em declaração aos repórteres.

Uma curiosidade divulgada pelo Departamento de Recursos Históricos de Virgínia, por sua vez, é que as cápsulas do tempo daquela época, na verdade, não eram criadas com a pretensão de que fossem abertas no futuro. Assim, o objetivo seria simplesmente guardar os artefatos que representariam um determinado período, mas sem que fossem vistos por gerações posteriores. 

Outro historiador presente na abertura da caixa, Dale Brumfield, apontou em entrevista à ABC News que existe algo importante faltando no compartimento — algo que também revela qual a mentalidade das pessoas que organizaram o projeto. 

"Quanto mais eu observava essas coisas sendo retiradas desta cápsula e vendo o que estava na cápsula, me lembrava o que não estava na cápsula. E o que não estava nela era qualquer coisa relacionada à comunidade negra de Richmond. Richmond tinha uma próspera classe média negra na época... e não havia nada relacionado a isso", observou o pesquisador. 

Ainda segundo ele, essa ausência é relacionada com a maneira como a ideologia confederada ainda afetava a cidade na época, o que parece ser confirmado pela quantidade de artefatos relacionados à Guerra Civil que estavam dentro do baú.

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