Ao longo da produção, filmes podem sofrer diversas alterações por seus diretores; confira 5 obras cujos finais foram bem diferentes
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/10/2023, às 17h00
Por vezes, qualquer um pode se deparar com algum filme novo que, quando termina, deixa uma sensação incômoda. Por isso, não é de hoje que surgem, nas rodas de fãs dos mais diversos filmes e séries, as chamadas 'fanfics' — contos ficcionais escritos por pessoas que se inspiram em franquias já existentes.
Fantasiar sobre finais alternativos para encerramentos desagradáveis é perfeitamente normal, de forma que nem mesmo os grandes cineastas escapam de fazer isso. E quando isso acontece, ainda ao longo de uma produção cinematográfica, surgem os chamados 'finais alternativos' — e, por vezes, eles podem mudar toda a percepção sobre aquela narrativa.
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Confira a seguir 5 filmes famosos que teriam finais alternativos que mudariam tudo:
Em 1997, James Cameron conquistou um enorme espaço em Hollywood ao marcar para sempre a história do cinema com um de seus maiores clássicos: 'Titanic'. Uma trágica história de romance inspirada em um acontecimento real, o naufrágio do navio RMS Titanic, na noite de 14 de abril de 1912.
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No fim, vemos a já idosa Rose DeWitt Bukater, protagonista do filme e sobrevivente do naufrágio — e que conta a história ao longo das três horas do longa —, atirando ao mar o Coração do Oceano, seu colar com uma grande joia incrustada.
Porém, na versão original, 'Titanic' se encerraria com Rose fazendo um discurso — um tanto cafona —, sobre como o dinheiro não era o que realmente importava. "Só a vida é preciosa, e fazer cada dia valer a pena", diria, enquanto apareceriam imagens de pessoas emocionadas e uma trilha sonora ao fundo.
Outro romance bastante famoso e adorado, estrelado pela ilustre Julia Roberts, é 'Uma Linda Mulher', trabalho de Garry Marshall, que chegou aos cinemas em 1990. A história acompanha um "executivo milionário e solitário que contrata uma jovem prostituta para lhe fazer companhia por uma semana. Aos poucos, ele se encanta e fica apaixonado pela mulher", conforme a sinopse.
No final do filme, Edward (Richard Gere) busca Vivian (Julia Roberts) em seu apartamento, carregando flores, e o casal acaba junto — uma bela história de amor, de fato.
No entanto, no roteiro original, o longa terminaria sem que nenhum dos dois protagonistas se apaixonasse. Edward iria até a casa de Vivian, deixaria um envelope com dinheiro e iria embora, sem nem mesmo se despedir. Já a mulher ficaria gritando na janela até que fosse obrigada a retornar às ruas.
Outro clássico, mas da Sessão da Tarde, é a emocionante ficção científica de Steven Spielberg 'E.T. O Extraterrestre', de 1982. "O garoto Elliott faz amizade com um pequeno alienígena inofensivo que está bem longe do seu planeta. Ele decide manter a adorável criatura em segredo e em casa após apresentá-la aos irmãos" descreve a sinopse.
Quem nunca chorou com a despedida do simpático alienígena de seu amigo humano, o pequeno Elliott (Henry Thomas), depois de todas as aventuras que a dupla enfrenta?
Porém, outra versão do filme terminaria com Elliott fazendo algo parecido com o que Rose realizaria em 'Titanic': um discurso. Ele discutiria sobre a importância de se viver novas aventuras, sem as quais "não é possível sobreviver neste mundo", conforme ele conta, enquanto ainda agradece ao amigo espacial.
Talvez hoje a premissa de um filme cujos principais vilões são meros pássaros — mesmo que se comportem como uma entidade ou uma consciência coletiva — não cause tanto medo nos fãs de terror. Porém, esse é o contexto em que se passa 'Os Pássaros', uma das obras mais emblemáticas do renomado cineasta britânico Alfred Hitchcock, lançada em 1963.
Nesse caso, a alteração no fim do filme pode ter sido para pior, ao contrário de outros nomes da lista. O diretor pretendia encerrar o longa com uma imagem da Golden Gate Bridge, a famosa ponte de São Francisco, Estados Unidos, tomada por pássaros — sugerindo um novo ataque iminente.
Para aqueles que enfrentaram o horror apresentado nas duas horas do filme, a ideia de uma continuação, sugerida por esse encerramento, seria assustadora.
No entanto, os produtores da época alegaram que a cena seria muito cara, então, optaram por algo em menor escala, com pássaros quietos enquanto a família principal foge de casa.
Mais de uma década depois de 'Os Pássaros', foi Stanley Kubrick responsável por chocar a indústria do terror, após lançar 'O Iluminado', em 1980. A história acompanha o pequeno Danny (Danny Lloyd) e sua mãe, Wendy (Shelley Duvall) no isolado Hotel Overlook durante o inverno, enquanto o pai, Jack (Jack Nicholson), que deveria cuidar do local e tenta escrever um livro, perde pouco a pouco a sanidade e começa a se tornar um perigo para a família.
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Neste caso, a alteração foi um corte, em vez de uma verdadeira mudança. O filme se encerra com uma imagem do corpo congelado de Jack Torrance, que já tentara matar sua esposa e filho na noite anterior —, morto e coberto por neve.
Originalmente, após a cena de Jack congelado, seria mostrado Wendy e Danny no hospital, seguros, ao mesmo tempo que investigadores insistiriam em não encontrar nada de sobrenatural no hotel amaldiçoado.
A alteração só ocorreu porque Kubrick fez um teste, exibindo o filme para uma plateia antes do lançamento oficial, e a reação do público ao corpo de Jack foi tão forte que ele acabou decidindo cortar tudo que viria depois.
