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Notícias / Tragédia dos Andes

50 anos da 'Tragédia dos Andes': acidente será contado em novo filme

A 'Tragédia dos Andes' foi um acidente aéreo no qual sobreviventes passaram meses nas montanhas e comeram carne humana

Éric Moreira Publicado em 13/10/2022, às 13h41

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Restos do avião que caiu nos Andes em 1972 - Foto por Wunabbis pelo Wikimedia Commons
Restos do avião que caiu nos Andes em 1972 - Foto por Wunabbis pelo Wikimedia Commons

Há 50 anos, um evento chocou toda a América do Sul devido sua gravidade e impacto: a chamada de 'Tragédia dos Andes'. O Voo Força Aérea Uruguaia 571 era um voo fretado que transportava 45 pessoas — incluindo uma equipe de rugby e alguns amigos e familiares — e caiu na Cordilheira dos Andes, no dia 13 de outubro de 1972.

Tendo isso em vista, a Netflix anunciou recentemente a produção de 'La Sociedad de la Nieve'. Dirigido pelo espanhol Juan Antonio Bayona, o filme, que conta a história de uma das maiores catástrofes aéreas da América do Sul, deve ter sua estreia ainda este ano.

É uma história humana, sobre como sermos humanos em condições extremas, e que ensina a valorizar a vida. Por isso atrai tanto a atenção das pessoas", diz Carlos Páez Rodríguez, um dos sobreviventes do acidente e colaborador da produção, que tinha apenas 18 anos na época do ocorrido, em entrevista à Folha de S. Paulo.

O acidente

Hoje em dia, após inúmeras investigações em torno do caso da Tragédia dos Andes, sabe-se que a queda da aeronave se deveu a um erro do copiloto, Dante Lagurara. Pensando estar mais perto do aeroporto de Pudahuel do que de fato estava, Lugarara iniciou a aterrissagem do avião muito antes da hora, o que resultou no impacto que veio a matar, no total, 29 pessoas — incluindo os dois pilotos.

Ao todo, somente 16 pessoas saíram vivas do acidente: mas, para isso, precisaram se submeter a situações que jamais imaginariam se encontrar anteriormente. A mais de 3 mil metros de altitude, sob frio de até -30 ºC à noite, sem mantimentos ou remédios, os sobreviventes apelaram até mesmo à ideia de se alimentar de cadáveres.

No entanto, a conclusão foi extremamente difícil para os presentes, visto que praticamente todos ali se conheciam, por serem membros, em maioria, da equipe de rúgbi uruguaia, o Old Christians Club, que viajava a Santiago para jogar contra uma equipe inglesa.

Na época, houve sensacionalismo em relação a essa decisão. Mas hoje eu pergunto a quem ouve nossa história, em palestras e entrevistas: o que você faria? Àquela altura, já havíamos comido até couro dos assentos, tudo o que havia a bordo. Se não comêssemos carne humana, não teríamos sobrevivido", explica Carlos Páez Rodríguez em entrevista à Folha de S. Paulo.

Foi só 72 dias depois, já com as autoridades declarando as pessoas como mortas, que Fernando Parrado, um dos sobreviventes do acidente, encontrou o tropeiro chileno Sérgio Catalán, que atravessava com seus animais um trecho inóspito da cordilheira dos Andes.

O tropeiro então cavalgou por dez horas até Puente Alto para buscar ajuda, e um helicóptero foi logo enviado para resgatar Parrado e seu amigo, Roberto Canessa, que saíram do acampamento dos sobreviventes a fim de encontrar socorro. Posteriormente, outras equipes foram também ao resgate das outras pessoas, a partir de informações dos dois homens.