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Notícias / Coreia do Sul

69 horas de trabalho por semana: Após críticas, governo da Coreia do Sul volta atrás em proposta

Medida que autorizaria expedientes de quase 14 horas por dia gerou intensa repercussão negativa

Ingredi Brunato Publicado em 15/03/2023, às 12h08

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Fotografia meramente ilustrativa - Divulgação/ Freepik/ pressfoto
Fotografia meramente ilustrativa - Divulgação/ Freepik/ pressfoto

O governo da Coreia do Sul reverteu recentemente o projeto de lei que permitiria semanas de trabalho de até 69 horas — o equivalente a uma média de quase 14 horas trabalhadas por dia útil. 

A proposta gerou uma onda de críticas, principalmente por parte das camadas mais jovens da sociedade sul-coreana, com os opositores apontando que esse desdobramento impactaria negativamente a saúde física e mental de operários, uma vez que reduziria severamente seu tempo de descanso. 

Outra preocupação é a taxa de natalidade da nação, isso é, a quantidade de nascimentos a cada mil habitantes. Esse número alcançou uma baixa histórica em 2021, tornando a Coreia do Sul o país com a menor natalidade do mundo, segundo repercutiu o The Guardian. E, quando os cidadãos passam muito tempo em seu emprego, conhecer um parceiro romântico e começar uma família se torna mais difícil. 

Mudanças na legislação 

O plano para autorizar da semana de 69 horas veio em resposta a um pedido das empresas ao governo sul-coreano, partindo da argumentação que expedientes mais longos permitiriam que mais projetos fossem entregues dentro de seus prazos. 

A intensa repercussão negativa gerada pela decisão, no entanto, levou o presidente Yoon Suk-yeol a reconsiderar a questão. Sua assessora de imprensa, Kim Eun-hye, comentou o caso em uma declaração: 

O cerne da política de mercado de trabalho [de Yoon] é proteger os direitos e interesses dos trabalhadores desprivilegiados, como os millennials e geração Z, trabalhadores não sindicalizados e aqueles que trabalham em pequenas e médias empresas", afirmou, também de acordo com o The Guardian. 

Por enquanto, portanto, permanece a antiga determinação da legislação da Coreia do Sul, em que o máximo de horas semanais no trabalho deve ser 52, com 40 de expediente e 12 de horas extras. 

Ainda assim, já é um grande período dedicado ao emprego em comparação a outras partes do mundo, o que seria uma consequência do excessivo foco em produtividade presente na cultura asiática.