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Notícias / Mundo

Alegando “tédio”, irlandês processa empresa na qual trabalhava

Dermot Alastair Mills recebe R$ 665 mil por ano, e apenas lia jornais e comia sanduíches durante o trabalho

Éric Moreira Publicado em 03/12/2022, às 09h43

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Vagão de trem da Irish Rail, onde Dermot Alastair Mills trabalhava - Foto por Albert Bridge pelo Wikimedia Commons
Vagão de trem da Irish Rail, onde Dermot Alastair Mills trabalhava - Foto por Albert Bridge pelo Wikimedia Commons

Dermot Alastair Mills é um diretor financeiro da rede ferroviária Irish Rail, de Dublin, capital da Irlanda. Porém, agora está envolvido em um processo que, para muitos, chama bastante atenção: segundo ele, suas funções na empresa foram reduzidas após uma divulgação de dados confidenciais que ele mesmo fez, há cerca de nove anos.

Embora o homem receba um salário muito bom — 121 mil euros por ano, equivalente a R$665 mil — e sua jornada de trabalho consista, basicamente, nas palavras dele, em "ler jornais, comer sanduíches e fazer longas caminhadas", o processo foi direcionado sob a justificativa de o cenário de trabalho ser entediante.

Como informado pelo UOL, Mills disse ter sido "isolado" em seu local de trabalho. "Ou trabalho em casa ou vou para o escritório — dois dias em casa, três dias no escritório", explica. "Se eu for ao escritório, entro às 10h. Compro dois jornais, o 'Times' e o 'Independent', e um sanduíche.

"Entro no meu cubículo, ligo o computador, vejo os e-mails. Não há e-mails associados ao trabalho, nem mensagens, nem comunicações, nem comunicações de colegas. Eu sento, leio os jornais e como meu sanduíche. Então, se houver um email que exija uma resposta, eu respondo. Se houver trabalho associado a isso, eu faço esse trabalho", conta Mills sobre sua rotina. Além disso, ele também diz que foi excluído de reuniões da empresa e das oportunidades de treinamento.

Histórico

O vazamento de informações sigilosas da empresa feito por Mills foi feito em 2014, em um depoimento em audiência que denunciava irregularidades da empresa. Para o homem, após o ocorrido, ele foi punido indiretamente — o que a Irish Rail negou em audiência.

Na época do julgamento, o representante de Mills no processo, John Keenan, disse que seu cliente era responsável por orçamentos de mais de 200 mil euros, entre 2006 e 2007. Porém, após as denúncias, a Irish Rail teria o impedido de assumir essas responsabilidades, além de perder a função de elaborar o relatório estatutário ao governo.

Comecei com o que parecia ser uma missão razoável em 2013 e 2014. Lentamente foi se reduzindo a nada", acrescenta Dermot Mills.