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Notícias / Ciência

Análise de dentes revelam antigo 'primo' dos primeiros humanos

Com cerca de 2 milhões de anos, material fossilizado é o mais velho encontrado referente a antigos grupos hominídeos

Éric Moreira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 13/07/2023, às 09h33 - Atualizado às 09h49

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Antigo crânio de Paranthropus robustus - Divulgação/Nature/Alamy/Sabena Jane Blackbird
Antigo crânio de Paranthropus robustus - Divulgação/Nature/Alamy/Sabena Jane Blackbird

Dia após dia, novos vestígios de povos ancestrais são encontrados em vários lugares do mundo, evidenciando como a história da evolução e ocupação humana é muito mais ampla do que se imagina, sendo ainda compreendida pouco a pouco. E em meio a esses achados, recentemente pesquisadores conseguiram coletar sequências genéticas de dentes fossilizados que se revelaram pertencer a antiga espécie extinta de hominídeo.

Até o momento, o registro mais antigo do Paranthropus robustus, o grupo ao qual pertence a amostra, tinha cerca de somente 18 mil anos. Porém, o achado surpreendentemente se revelou datando de 2 milhões de anos atrás, de forma que pode servir de maneira bastante importante na compreensão da árvore genealógica humana.

Ao todo, quatro exemplares foram encontrados nas buscas, todos na caverna Swartkrans, a 40 quilômetros de Joanesburgo, capital da África do Sul. O estudo onde os dados são divulgados, por sua vez, ainda aponta que as análises foram feitas sobre material genético proteico extraído dos dentes do Paranthropus robustus.

Katerina Douka, cientista arqueológica da Universidade de Viena, na Áustria, comentou à revista Nature que os resultados descritos pelo estudo são "incríveis", visto que "em idades avançadas como essa, é comum que os restos mortais tenham quase virado pedra". 

De acordo com a Revista Galileu, os autores do estudo acreditam que a preservação dos dentes analisados se deu por um processo de "cimentação extensa" na caverna. Além disso, também acreditam que os exemplares em questão tenham se reunido depois de inundações repentinas, de forma que talvez nem pertencessem a um mesmo agrupamento

Análise

Liderados por Enrico Cappellini, a equipe que desenvolveu o estudo analisou os restos mortais por meio da técnica de espectrometria de massa, analisando aminoácidos presentes no esmalte dentário das amostras. Assim, foi notada a proteína amelogenina-Y, produzida especificamente por um gene do cromossomo Y, em dois dos indivíduos, indicando que eles seriam do sexo masculino.

Os outros dois dentes, por sua vez, tinham a versão da proteína do cromossomo X, levando os pesquisadores a induzirem que pertenceram a indivíduos do sexo feminino.

Com os dados, foi possível montar uma espécie de árvore evolutiva simples, que confirma que os Homo sapiens, os neandertais e os denisovans estão mais próximos entre si que as amostras encontradas; porém, ainda compartilham de uma mesma herança evolutiva, sendo assim espécies de 'primos distantes', descreve a Galileu.

Vale destacar que construir uma árvore evolutiva com os dados encontrados "pode ser considerado um avanço potencialmente transformador para a paleoantropologia", afirma Cappellini