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Notícias / Crânio

Análise revela que crânio neolítico foi esmagado por 8 golpes em morte violenta

Um corpo de pântano de 5 mil anos ficou sem ser analisado por um século, e novas evidências revelam assassinato assustador

Isabelly de Lima Publicado em 15/02/2024, às 11h57

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Crânio de 5 mil anos fragmentado - Reprodução / Stephen Freiheit; Fischer et al.
Crânio de 5 mil anos fragmentado - Reprodução / Stephen Freiheit; Fischer et al.

Os restos de um homem neolítico encontrados há mais de um século numa turfeira (tipo de solo) dinamarquesa revelam que ele era um imigrante que foi brutalmente assassinado. Conhecido como “Homem Vittrup”, os ossos indicam que ele pode ter sido um comerciante itinerante de sílex que foi sacrificado por habitantes locais hostis.

Os ossos foram descobertos em 1915 por escavadores de turfa perto da aldeia de Vittrup, no norte da Dinamarca, juntamente com artefatos como um pote de cerâmica e um taco de madeira. Os objetos foram levados para o Museu Nacional da Dinamarca, mas os ossos permaneceram largamente não estudados por um século.

Taco encontrado junto ao crânio - Reprodução / Stephen Freiheit; Fischer et al.

Um estudo recente publicada na revista PLOS One revelou que o Homem de Vittrup viveu entre 3300 e 3100 a.C., com um perfil genético distinto dos seus contemporâneos locais. Análises detalhadas mostram que ele pode ter sido um pescador-caçador da costa norte da Escandinávia, próximo ao Círculo Polar Ártico.

A placa dentária preservada revelou que sua dieta incluía peixes como bacalhau e dourada, além de carne de baleia, golfinho e carneiro. Infelizmente, o Homem Vittrup teve um fim trágico, sofrendo pelo menos oito golpes fatais na cabeça.

Causa da morte

Os pesquisadores especulam que ele pode ter sido vítima de rivalidade ou assassinato, mas observam que descobertas arqueológicas anteriores tornam mais provável que ele tenha sido sacrificado. O local onde foi encontrado parece ter sido usado para atividades de sacrifício durante o Neolítico, embora não se saiba a divindade específica envolvida, segundo o Live Science.

O estado fragmentado do crânio é o resultado de pelo menos oito golpes”, escreveram os pesquisadores em seu estudo, “que o dividiram em várias partes. Não há sinais de cura – os traumas foram obviamente fatais”.

Alexis Boutin, bioarqueólogo da Sonoma State University, que não esteve envolvido na pesquisa, destacou que "os autores se baseiam em uma ampla gama de evidências para mostrar como o Homem de Vittrup incorporou a transição entre o Mesolítico (forrageamento) e o Neolítico, modos de vida (agrícolas), ao mesmo tempo que lança uma luz única sobre práticas de caça, migração e intercâmbio regional e sacrifício ritualizado”.