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Notícias / Personagem

Após mais de um século, mancha misteriosa em diário de explorador é finalmente desvendada

Em sua última anotação, Jørgen Brønlund se despediu e deixou na página uma substância até agora desconhecida — um estudo dinamarquês conseguiu colocar um fim no enigma

Alana Sousa Publicado em 14/12/2020, às 12h15

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A anotação de despedida de Brønlund - Divulgação/Biblioteca Real de Copenhague
A anotação de despedida de Brønlund - Divulgação/Biblioteca Real de Copenhague

Por mais de um século pesquisadores debatem sobre o significado da última anotação do diário de Jørgen Brønlund, que participou do Doomed Polar Explorer, uma expedição para explorar a costa da Groenlândia, em 1906.

Dos três homens que participaram da aventura, Brønlund foi o último a morrer. As temperaturas congelantes levaram o líder e cartógrafo, Høeg-Hagen, e também, Ludvig Mylius-Erichsen, um etnólogo dinamarquês.

Jørgen foi o que chegou mais longe, viajando e anotando tudo em um caderno. Quando seu corpo foi encontrado congelado em uma caverna no ano de 1907, junto a ele havia o diário que continha uma mancha preta que até agora não havia sido identificada por especialistas.

Mancha misteriosa / Crédito: Divulgação/Universidade do Sul da Dinamarca

No entanto, na última terça-feira, 8, o jornal Archaeometry publicou um artigo que, finalmente, desvendou o enigma de mais de um século. A análise de uma equipe da Universidade do Sul da Dinamarca descobriu que a mancha se tratava de “borracha queimada, óleos e fezes”.

Por conta das temperaturas muito extremas, o explorador tentou queimar seus próprios resíduos para tentar permanecer vivo. O fim foi trágico, seu corpo sucumbiu e ele veio a óbito. Antes escreveu pela última vez: “Eu morri em 77 ° N lat., Sob as adversidades da viagem de volta sobre o gelo interior em novembro. Cheguei a este lugar sob a lua minguante e não posso continuar, por causa dos meus pés congelados e da escuridão. [...] Os corpos dos outros estão no meio do fiorde”.

No artigo recente, os estudiosos falam sobre os momentos finais do aventureiro, e como seus dias foram marcados por exaustão. “Naquela época, Brønlund havia passado fome por semanas, estava cansado além de sua capacidade e estava congelando. É provável que suas mãos tremessem quando ele usou os fósforos do depósito para pré-aquecer e acender o fogão na pequena caverna”, fala um trecho do estudo.

Jørgen Brønlund foi enterrado no mesmo local de seu falecimento, seu estimado diário está na coleção da Biblioteca Real em Copenhague, Dinamarca.