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Notícias / Brasil

Bolsonaro compartilha vídeo com frase dita pelo líder fascista Benito Mussolini

Em 2016, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também publicou o mesmo bordão usado pelo ditador italiano

Vanessa Centamori Publicado em 01/06/2020, às 13h00

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Bolsonaro no Palácio do Itamaraty - Getty Images
Bolsonaro no Palácio do Itamaraty - Getty Images

Em sua página oficial no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro compartilhou na noite de ontem, 31, um vídeo com uma frase atribuída ao ditador italiano Benito Mussolini. A postagem mostra um idoso caminhando na rua, até que o homem cita o bordão do fascista: "É melhor viver um dia como um leão, que cem como um cordeiro".

No post, Bolsonaro elogia o dizer reproduzido pelo idoso, escrevendo que "em 1 minuto o velho italiano resumiu o que passamos nos dias de hoje". Em resposta ao posicionamento do presidente, chuveram críticas nas redes sociais e o termo "Mussolini" chegou aos trending topics do Twitter.

Origem histórica

A afirmação compartilhada por Bolsonaro era utilizada não só por Mussolini, mas também por seus seguidores no período em que o fascismo teve auge na Itália, entre as décadas de 1920 e 1940.

A frase, no entanto, não surgiu orginalmente da boca do ditador. Teve origem, na verdade, durante a Primeira Guerra Mundial, na comemoração da Batalha do Rio Piave, onde o dizer foi escrito por um soldado na parede.

Além disso, a referência que inspirou a afirmação veio bem antes, por volta de 1800, por parte do sultão indiano Tipu de Mysore, que teria dito que ele "prefere viver dois dias como um tigre, do que duzentos anos como uma ovelha".

Reprodução anacrônica

Apesar da frase postada ser atribuída ao fascismo, o vídeo compartilhado por Bolsonaro mostra contraditoriamente o senhor italiano exaltando Gennaro Capuozzo, um menino que foi herói da resistência italiana contra a Alemanha nazista. O idoso também esbraveja que a "liberdade vale mais do que a morte" e que liberdade não tem preço".

Ainda assim, o bordão atribuído ao ditador italiano aparece no final do vídeo. E não é a primeira vez que um líder político repete a frase. Em 2016, Donald Trump também citou a mesma afirmação em suas redes sociais. Questionado na época sobre a postagem, o presidente dos Estados Unidos justificou dizendo que se sentia atraído pelas palavras e que não fazia diferença se as mesmas já tinham sido ditas por Mussolini.