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Notícias / Crimes

Caso Henry: Monique detalha relacionamento abusivo com Jairinho

De acordo com a mãe do menino, o ex-vereador era mulherengo, ciumento, controlador e possuía "atos de bipolaridade"

Fabio Previdelli Publicado em 10/02/2022, às 14h34

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Monique e Jairinho antes da prisão - Divulgação/Youtube/Jovem Pan News
Monique e Jairinho antes da prisão - Divulgação/Youtube/Jovem Pan News

Mulherengo, ciumento e controlador, foi desta maneira que Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, definiu a personalidade do ex-vereador Dr. Jairinho. Apesar de relatar ter sido manipulada e agredida pelo ex-companheiro, Medeiros evitou culpá-lo pela morte do menino. 

"Não sei o que aconteceu [na morte de Henry], só quem poderia saber foi quem me acordou: o Jairinho”, disse. 

Durante depoimento prestado na última quarta-feira, 9, que durou cerca de 10 horas, segundo aponta matéria publicada pelo UOL, Monique declarou que Jairinho possuía mudanças bruscas de comportamento — em suas palavras, “atos de bipolaridade”.

Monique ainda relatou que o sexo era uma das formas de apaziguar as brigas que tinha com o ex-companheiro. "A gente resolvia sempre as brigas na hora de namorar, porque eu ficava com medo. E aí resolvia as brigas dessa forma".

De acordo com a mãe de Henry, os momentos íntimos do casal mais pareciam um ritual de sexo. “Todas as vezes que nós namorávamos era como se fosse um ritual. Era ele em cima de mim, não existia outra posição, que a gente pudesse fazer. Ele sempre me enforcando, sempre me mandando eu dizer que ele era o único homem da minha vida, que eu nunca tinha transado com outro homem, que eu nunca tinha gozado com outro homem, que eu nunca tinha feito nada com outro homem e ele me obrigava a dizer isso até ele completar o que tinha que completar".

"Isso todas as vezes. Não existia outra posição, outra maneira. Não podia ser no sofá, não podia na cozinha, no tapete, no chão. Era sempre na cama, em cima de mim me enforcando, não de modo que eu estava sendo torturada, mas como se fosse uma posse, um controle até na hora de estar namorando comigo", completou. 

Em relação à morte do filho, Medeiros relata que, no meio da noite, foi acordada por Jairinho e encontrou o corpo de Henry gelado e “olhando para o nada” em seu quarto. “Três pessoas sabem o que aconteceu: meu filho, Deus e Jairinho — quem me acordou foi ele."

Antes de Monique ser interrogada, foi a vez de Jairinho ser intimado para depor, no entanto, o ex-vereador pediu para ficar calado, se limitando a falar por menos de 10 minutos — tempo usado para justificar sua decisão. 

Juro por Deus que não encostei a mão em um fio de cabelo do Henry", disse em uma de suas poucas falas. 

Agora, segundo relatado pelo UOL, a juíza Elizabeth Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio, marcou uma nova data para o interrogatório de Jairinho: o dia 16 de março. Após a fase final de depoimentos, ela decidirá se Jairinho e Monique irão, ou não, à júri popular pelo crime de homicídio.


Relembre o caso Henry Borel

No domingo de 7 de março de 2021, o engenheiro Leniel Borel deixou seu filho Henryna casa da mãe do garoto, sua ex-esposa Monique. Segundo a mulher, via UOL, o menino teria chegado cansado, pedindo para dormir na cama que ela dividia com Jairinho.

Por volta das 3h30 da madrugada, o casal foi verificar o pequeno e acabou encontrando Henry no chão, já desacordado. Monique e o vereador levaram o garoto às pressas para o hospital, enquanto avisavam Leniel que, desconfiado, abriu um Boletim de Ocorrência.

O caso começou a ser investigado no mesmo dia e, até hoje, a polícia já ouviu cerca de 18 testemunhas. Tendo em vista que a morte do garoto foi causada por “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente”, os oficiais já reuniram provas o suficiente para descartar a hipótese de um acidente, segundo o G1.

Dr. Jairinho e Monique Medeiros foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, como agravamento de tortura e recursos que dificultaram que o garoto se defendesse.