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Notícias / Ditadura

Chega à Corte Interamericana o caso da morte de Bacuri na ditadura

Denúncia de sua companheira também será analisada no processo

Redação Publicado em 06/06/2022, às 15h38

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Imagem ilustrativa da ditadura militar - 8385, via Pixabay
Imagem ilustrativa da ditadura militar - 8385, via Pixabay

Chegou à Corte Interamericana de Direitos Humanos uma ação que pede a responsabilização do Estado brasileiro pela morte de Eduardo Collen Leite, o Bacuri, durante a ditadura militar (1964-1985).

Considerado o preso político que mais passou tempo sendo torturado em instalações da Marinha, do Exército e pela equipe do delegado Sérgio Fleury, Bacuri era guerrilheiro da luta armada contra o regime. Ele passou cerca de 109 dias nessa situação.

O caso foi encaminhado ao tribunal pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, onde tramitava desde 2011. Quem assina a ação é o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil), que foi também quem pediu o encaminhamento do caso.

Motivos do pedido

O envio aconteceu por conta da ausência de uma resposta efetiva do Brasil a recomendações feitas pela comissão. Tal comissão apontou violações de direitos das vítimas.

Na Corte, também serão julgados os abusos cometidos contra a militante política Denise Peres Crispim, que era companheira de Bacuri. Quando estava grávida de 6 meses, ela foi presa e submetida a torturas. A mulher chegou a dar à luz sob escolta.

A codiretora do Cejil para o Brasil e Cone Sul, Helena de Souza Rocha comenta que “será a primeira vez que a Corte analisará um caso brasileiro em que se denunciam as torturas cometidas contra mulheres no contexto da ditadura, evidenciando também o viés misógino destas práticas, muitas das quais ainda se reproduzem até a atualidade, e que impactam mulheres, e seus filhos e filhas, de forma diferenciada”.

Encaminhamento

A fase escrita dos procedimentos deve ser iniciada nos próximos meses. Logo após isso, uma audiência pública será convocada para escutar testemunhas e peritos, assim como as alegações finais.

Segundo alguns relatos, Bacuri, ao ser reconhecido pela família, não tinha olhos, orelhas e nem língua. Já os militares asseguram que ele morreu em tiroteio depois de resistir à prisão, o que foi replicado pelos militares brasileiros na comissão.