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Notícias / Inteligência Artificial

Cientistas querem usar células cerebrais humanas para criar IAs

Estudo recente propõe "cérebros-computadores" em que inteligências artificiais são armazenadas em um "hardware biológico"

Ingredi Brunato Publicado em 01/03/2023, às 14h39

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Imagem meramente ilustrativa - Divulgação/ Freepik/ Licença livre
Imagem meramente ilustrativa - Divulgação/ Freepik/ Licença livre

Uma pesquisa internacional vanguardista publicada na revista científica Frontiers propõe a criação de um campo de estudo multidisciplinar das IOs, isso é, inteligências organoides, que misturariam inteligências artificiais com a biologia humana. 

Os cientistas explicam no artigo que seria possível cultivar células do cérebro humano para fornecer um "hardware biológico" para essas tecnologias, assim permitindo que elas se desenvolvessem muito mais do que conseguem em seu estado atual, em que são limitadas pelo imenso gasto energético exigido por supercomputadores, por exemplo. 

Cérebro versus computador

Segundo informações repercutidas pelo New York Post, nosso cérebro é capaz de armazenar 2.500 terabytes de informação. Para colocar e perspectiva, isso é aproximadamente 1.800 terabytes a mais que o Pégaso, por exemplo, que pertence à Petrobras e é considerado o maior supercomputador da América Latina. 

Outro detalhe impressionante é que tudo isso é mantido funcionando de forma incrivelmente econômica em termos de energia, como demonstrado por uma pesquisa de 2016 divulgada pelo LiveScience, que descobriu que o cérebro humano poderia guardar todos os dados existentes na Internet naquela época usando apenas 20 watts — a mesma quantidade de energia necessária para acender uma "lâmpada fraca". 

Para fazer o mesmo com um computador, por outro lado, seria preciso que toda a produção de uma usina nuclear fosse destinada a abastecer essa máquina. 

 Se observarmos a eficiência com que o cérebro humano opera no processamento de informações, aprendizado, etc., é tentador traduzir e modelar isso para ter um sistema que funcionará de maneira mais rápida e eficiente [do que] os computadores atuais", explicou Lena Smirnov, uma das autoras da nova pesquisa, em conversa com a Vice. 

Preocupações éticas

Embora essa possível tecnologia futura possua inúmeras vantagens, os responsáveis pelo artigo científico não deixaram de citar a importância de que exista uma contínua "abordagem ética" durante o desenvolvimento de IOs.  

Uma parte fundamental de nossa visão é desenvolver a OI de maneira ética e socialmente responsável (...) Todas as questões éticas serão continuamente avaliadas por equipes compostas por cientistas, especialistas em ética e o público, à medida que a pesquisa evolui", enfatizou outro co-autor, Thomas Hartung, em um comunicado repercutido pelo Eureka Alert.

+ Para conferir o estudo na íntegra, clique aqui.