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Notícias / Tocantins

Em Tocantins, homem encontra fascinante tesouro do Brasil Colônia

Com ajuda de um detector de metais, lavrador fez uma descoberta histórica fascinante em Tocantins e agora aguarda propostas

por Thiago Lincolins

tlincolins_colab@caras.com.br

Publicado em 21/01/2024, às 16h28 - Atualizado às 21h37

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Registros das descobertas - Reprodução/Vídeo/G1/TV Anhanguera
Registros das descobertas - Reprodução/Vídeo/G1/TV Anhanguera

Imagine o seguinte cenário: ao utilizar um detector de metais, um homem encontra um pote, que em seu interior preservava mais de 200 moedas do Brasil Colônia. Essa curiosa e fascinante descoberta foi feita por Valdomiro Costa, um lavrador, de Conceição do Tocantins.

A revelação das moedas se deu no dia em que Costa utilizou um detector de metais num terreno localizado próximo a sua casa. De segunda mão, o objeto proporcionou uma descoberta incrível: um pote de barro com moedas.

Fascinado pelas histórias que ouviu no passado sobre a corrida do ouro em Tocantins, acreditou que havia encontrado ouro, no entanto, se deparou com moedas antigas.

Sem dar importância para os artefatos, foi seu filho, Raelson Costa, que pediu o auxílio de uma professora para entender a origem das 207 moedas, explicou à TV Anhanguera, afiliada à TV Globo.

"Quando eu vi a datação aqui: 1816. Eu falei 'nossa, isso aqui é um tesouro'. Eu sei que isso aqui tem um valor histórico imenso, porque foi do período colonial e do período imperial", explicou Janildes Cursino, a professora abordada pelo filho de Valdomiro.

A professora e Raelson descobriram através de pesquisas que as moedas em questão foram confeccionadas em bronze. Já uma moeda de 960 réis, que se destaca, foi cunhada em prata. O artefato é conhecido como 'patacão'.

As moedas

Onde hoje encontramos o estado do Tocantis, já existiu a rota do ciclo do ouro após a passagem dos bandeirantes. Originado na metade do século XVIII, Conceição do Tocantins, por exemplo, era uma vila num garimpo.

Registro de algumas das moedas - Reprodução/Vídeo/G1/TV Anhanguera

No entanto, ainda não é possível descobrir quem foi o dono das moedas e quando decidiu enterrá-las. O que existem são apenas hipóteses. A professora relembrou que muitas pessoas escondiam 'tesouros' de ladrões ou até mesmo com o intuito de sonegar impostos.

As pessoas escondiam os tesouros dos saqueadores ou até para sonegar os altos impostos da coroa. A gente pensou em várias hipóteses, mas não dá ao certo para dizer quando e porque elas foram enterradas”, explicou Janildes à TV Anhanguera.

O que disse o IPHAN 

Aguardando ofertas e buscando entender o que pode ser feito com o tesouro, as moedas foram depositadas no cofre de um banco.

Além disso, o IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico) investigou a descoberta em questão. É enfatizado que, por serem encontradas fora de um sítio arqueológico, as moedas podem ser comercializadas. Além disso, Valdomiro cedeu o pote para o Museu de Conceição de Tocantins. Confira a nota completa abaixo!

"Sobre a descoberta de um vasilhame cerâmico com moedas da primeira metade do século XIX em seu interior, informamos que: O vasilhame foi descoberto fortuitamente por meio da técnica de detectorismo, atividade de quem usa um detector de metais para encontrar moedas, medalhas, objetos de valor em geral.

No dia 12 de dezembro de 2023, o Iphan-TO vistoriou o povoado de Tabocal, zona rural do município de Conceição do Tocantins, para checar a descoberta. A vistoria avaliou o contexto para verificar se as moedas estariam associadas a um sítio arqueológico ou não.

Em campo, arqueólogos do Iphan não observaram quaisquer estruturas ou vestígios culturais no local. Portanto, chegaram à conclusão de que o vasilhame cerâmico com as moedas é um achado isolado, não fazendo parte de um sítio arqueológico.

O responsável pela descoberta ficou com as moedas, mas cedeu o vasilhame cerâmico ao Museu de Conceição do Tocantins, cidade onde foi encontrado. O objeto está fragmentado, mas será restaurado pelo Iphan e devolvido ao Museu".