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Notícias / São Paulo

Depois de ação em São Paulo, manifestantes arrancam pedras fixadas em viaduto de Santos

Os manifestantes foram levados à delegacia pela Polícia Militar

Larissa Lopes, com supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 13/02/2021, às 12h00

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O padre removendo as pedras no dia 2, em São Paulo - Divulgação/Twitter
O padre removendo as pedras no dia 2, em São Paulo - Divulgação/Twitter

No início do mês, especificamente em 2 de fevereiro, o padre Júlio Lancellotti participou de um ato de protesto no Viaduto Antonio de Paiva Monteiro, bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo.

O objetivo era arrancar as pedras que foram fixadas no chão pela prefeitura, para que os moradores de rua não pudessem ficar ali.

Em entrevista à Rede Globo, o religioso - que é conhecido como defensor da causa de pessoas em situação de rua - demonstrou indignação. “É desumano, parece um campo de concentração”, explicou.

"A segunda questão é do gasto público, da irracionalidade de uma cidade com tanto problema gastar todo esse dinheiro nisso", avaliou o padre.

Quatro dias depois, no sábado 6, outra ação foi organizada pelo sacerdote: a entrega de vasos de flores no mesmo viaduto. Elas foram colocadas no chão para cobrir o aspecto cinza do local, de acordo com a Ponte Jornalismo

Já no domingo, 7, manifestantes organizaram uma ação para quebrar as pedras fixadas no novo viaduto da entrada de Santos, cidade do litoral de São Paulo. Como noticiado pela Folha, as pedras também foram colocadas pela prefeitura para impedir a presença de moradores de rua.

Diante a ação do padre Júlio Lancellotti, o grupo de Santos retirou cerca de dez pedras do viaduto. Cinco dos dez manifestantes foram levados à delegacia pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal. Um boletim de ocorrência de natureza não criminal foi registrado e, depois, a perícia atuou no local.

Marretas e enxadas de jardinagem foram usadas pelos manifestantes para arrancar os pedregulhos do chão. O viaduto, que tem o nome de Paulo Gomes Barbosa - prefeito de Santos de 1980 a 1984 - foi finalizado em 14 de agosto de 2020, e recebeu as pedras em outubro.

A prefeitura, comandada por Rogério Santos (PSDB), afirmou que a medida de instalar os paralelepípedos não teve relação com moradores de rua.

A justificativa foi que os bloqueios foram instalados para evitar o trânsito e permanência de pedestres no local, desde motoristas e transeuntes até pessoas em situação de rua.

Para a prefeitura, trata-se de um local com grande fluxo de veículos e risco de acidentes para quem parasse ali. 

O manifestante Héric Moura, 31, contou à Folha que o protesto foi organizado informalmente e não houve divulgação, a fim de que não fosse reprimido.

“[A prefeitura] faria muito bem se ao invés de pedras encontrasse um caminho de maior humanização da vida dessas pessoas [em situação de rua]”, comentou o padre Lancellotti sobre o caso de Santos.

“O que é importante é diminuir a arquitetura hostil. A perícia vai ver o quê? Qual foi o patrimônio público que foi depredado? Foi depredada uma sala de aula? Uma sala de vacinação?”, questionou o sacerdote.