Pingente está preso em uma corrente de 75 elos, feito de 300 gramas de ouro 24 quilates; veja fotos!
Charlie Clarke trabalhava há seis meses como detector de metais quando uma descoberta fez valer o trabalho de uma vida inteira. Ou melhor, de "30 vidas", como ele mesmo declarou. O que ele viu, aponta ao The Guardian, o fez gritar como uma ‘garotinha’.
Para ser honesto, minha voz ficou bem aguda”, relata.
Clarke já estava próximo do fim de seu turno num campo de Warwickshire, condado da Inglaterra, quando o bipe de seu detector começou a soar. Isso o fez cavar até a profundidade de seu cotovelo. Acontece que o sujeito, que é dono de um café em Birmingham, descobriu um enorme e espetacular pingente de ouro da era Tudor.
A peça, revelada nesta terça-feira, 31, possui as iniciais e símbolos do rei Henrique VIII e sua primeira esposa, Catarina de Aragão. Quando Rachel King, a curadora sobre Europa renascentista no Museu Britânico, ouviu sobre a descoberta, ela ficou atônita.
Afinal, nada dessa magnitude e importância foi encontrado na Grã-Bretanha nos últimos 25 anos, relatou ao The Guardian.
Em formato de coração, o pingente está preso em uma corrente de 75 elos, feitos de 300 gramas de ouro 24 quilates. A peça é decorada com a rosa Tudor e uma romã, símbolo de Catarina. No verso, há as iniciais H. e K. — de Henry e Katherine.
Apesar do achado parecer bom demais para ser verdade, uma cuidadosa análise científica provou que o pingente é genuíno. No entanto, especialistas não conseguiram estabelecer uma ligação de fato da joia com Henrique ou Catarina.
No entanto, sua qualidade é tal que certamente foi encomendada ou de alguma forma relacionada a um membro da alta nobreza ou a um cortesão de alto escalão”, explicou King.
Uma hipótese, baseada na análise cuidadosa de sua iconografia e de outros registros históricos, é que o pingente possa ser uma encomenda usada — ou dada como prêmio — no Campo do Pano de Ouro, em 1520 — conferência que marcou o encontro de Henrique VIII como o rei Francisco I, da França, visando estreitar laços de amizade entre os soberanos.
Ao certo, todavia, é que nada remotamente semelhante sobreviveu do período, disse King. “No Museu Britânico, temos a maior coleção de objetos dos primeiros períodos Tudor em metais preciosos; nenhum deles é nada parecido com isso”.
Descoberto antes do início da pandemia, o pingente Tudor ainda não foi avaliado, mas certamente valerá uma quantia altamente significativa que Clarke dividirá com o proprietário do campo.
