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Notícias / Mianmar

Ditadura em Mianmar: Exército executa 4 ativistas pró-democracia

Após o Exército tomar o poder, pena de morte voltou a ser aplicada no país; última execução havia ocorrido em 1988

Fabio Previdelli Publicado em 25/07/2022, às 11h05

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Protestos antigolpe em Mianmar - Getty Images
Protestos antigolpe em Mianmar - Getty Images

Nesta segunda-feira, 25, a imprensa estatal de Mianmar informou que a junta militar que tomou conta do país executou quatro prisioneiros pró-democracia. Com isso, a pena de morte voltou a ser aplicada por lá após décadas.

De acordo com o jornal estatal Global New Light of Mianmar, as quatro pessoas que foram mortas lideravam “atos de terror brutais e desumanos”. As execuções ocorreram "sob o procedimento prisional". Não há informações de quando e como eles foram mortos. 

Segundo matéria publicada pelo G1, a última execução em Mianmar havia ocorrido em 1988. Entretanto, desde que os militares tomaram o poder, foi retomada a aplicação da pena de morte como condenação. 

As vítimas 

Entre os mortos está Phyo Zeya Thaw, de 41 anos, que era parlamentar do Partido Liga Nacional para a Democracia, o mesmo da vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi. Ele foi preso no ano passado e condenado à morte no início de 2022 por violar a lei antiterrorismo. 

Precursor do hip hop birmanês, Zeya Thaw tinha letras que criticavam o Exército. Ele se tornou deputado nas eleições de 2015, quando o país passava pela transição do regime militar para o civil. Phyo é acusado de elaborar diversos ataques contra o regime. 

O escritor e importante ativista pró-democracia Kyaw Min Yu, de 53 anos, também foi executado. Opositor de longa data do Exército, ele foi importante na revolta estudantil contra a junta militar em 1988. Min Yu foi detido em outubro e também recebeu sua sentença de morte em janeiro.

Os outros dois que foram executados receberam tal sentença pelo assassinato de uma mulher que seria informante da junta em Yagon, segundo os próprios declararam. A condenação de ativistas antigolpe já se tornou um modus-operandi dos militares em Mianmar, que tomaram o poder em fevereiro do ano passado.