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Em Istambul, ruínas de igreja revelam estátua quebrada do deus Pã

Pã era um deus grego que estava associado à fertilidade e à natureza

Isabelly de Lima, sob supervisão de Ingredi Brunato Publicado em 13/06/2023, às 15h55 - Atualizado às 16h02

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Estátua quebrada de Pã encontrada em ruínas - Divulgação/Município Metropolitano de Istambul
Estátua quebrada de Pã encontrada em ruínas - Divulgação/Município Metropolitano de Istambul

Em escavações nas ruínas da Igreja de St. Polyeucte, localizada em Istambul, na Turquia, arqueólogos descobriram uma estátua que parecia destoar do contexto cristão do local. A figura, que era constituída por um torso humano com chifres de bode e estava segurando uma flauta, levou os especialistas a concluírem que se tratava de uma representação do deus grego.

, também conhecido como "Lupércio" entre os romanos, era frequentemente retratado como um fauno, com chifres, patas traseiras peludas e cascos fendidos. Na mitologia, ele estava associado à natureza e à fertilidade, e sempre era acompanhado por um conjunto de flautas de junco ao ser retratado, segundo a Galileu.

A presença dessa estátua de uma divindade pagã em uma igreja cristã parecia improvável, o que levou à hipótese de que sua localização fosse resultado de um equívoco moderno. Mahir Polat, porta-voz do município, explicou que quando as ruínas de St. Polyeucte foram encontradas na década de 1960, o sítio arqueológico foi soterrado para nivelamento. Ele sugere que a estátua provavelmente foi parte desse aterro.

A descoberta ocorreu algumas semanas depois que salas enterradas e um túnel foram reabertos sob as ruínas da igreja. A estátua de mármore, com 20 centímetros de altura, foi encontrada em 1º de junho, no lado noroeste do edifício principal, a cerca de 2,6 metros de profundidade.

Ruínas de igreja em que estátua foi encontrada - Crédito: Divulgação/Município Metropolitano de Istambul

Data de origem

Polat acredita que a estátua tenha sido esculpida durante o período romano, antes mesmo da fundação de Constantinopla (o antigo nome da região de Istambul) em 330 d.C. Análises mais detalhadas serão realizadas para determinar com maior precisão a idade da peça.

Ken Dark, historiador que não esteve envolvido na descoberta, sugere que a estátua de provavelmente estava entre as muitas obras de arte clássicas trazidas para Constantinopla entre os séculos 4 e 6. “Elas não eram exibidas em igrejas ou mosteiros, mas eram usadas como ornamento em locais públicos seculares e palácios aristocráticos”, disse.

A razão pela qual Constantinopla parou de importar essas figuras após o século 6 não é totalmente conhecida, mas acredita-se que isso tenha ocorrido devido à percepção cada vez mais negativa em relação a essas representações não cristãs.

Dessa forma, a estátua de foi presumivelmente depositada, quebrada, nas ruínas da igreja depois que o prédio ficou fora de uso”, conclui Dark.