Pedreira do Império Romano que virou lixão guardava diversos tesouros arqueológicos
Eduardo Lima, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 28/03/2023, às 13h14
Na França, uma equipe de arqueólogos encontrou diversos artefatos relacionados ao Império Romano, que podem chegar até a marca de 1800 anos de idade, em uma localização interessante: um lixão na cidade de Rennes, no noroeste francês. Entre os artefatos, há duas estátuas da deusa romana Vênus e moedas da época.
O local, que hoje é um depósito de lixo, já foi uma pedreira de xisto do Império Romano. A cidade de Rennes foi fundada no primeiro século d.C., e tinha o nome romano de Condate Riedonum. O sítio arqueológico foi descoberto por arqueólogos que estavam realizando uma escavação com o Instituto Nacional Francês para Pesquisa Arqueológica Preventiva (Inrap).
O xisto da pedreira foi usado para a construção da cidade de Condate Riedonum. Segundo o arqueólogo Jason Farr, que falou à LiveScience por e-mail, os romanos construíram diversas pedreiras ao redor do Mar Mediterrâneo, buscando suprir demandas essencialmente locais de pedra para construções.
Segundo o LiveScience, a pedreira foi abandonada no século 2 d.C. e virou um depósito de lixo, que recebeu moedas, fragmentos de panelas e pratos, alguns alfinetes de roupa e algumas estátuas de terracota. Entre as esculturas, foram encontradas duas Vênus, a deusa romana do amor. A divindade ficou associada com os imperadores, e era usada como um símbolo do poder romano.
Uma das esculturas representa a deusa como mãe (venus genetrix, em latim), com o torso envolvido por panos, e a outra estátua encontrada mostra ela nua, saindo do mar (venus anadyomene, em latim), tirando água do cabelo com a mão direita.
O lixão estava cheio no fim da Idade Média (séculos 14 e 15), e o encontro de uma antiga pedreira do Império Romano é interessante por possibilitar que se aprenda mais sobre as técnicas de construção civil dos romanos e seus métodos de mineração e administração dos lugares que ocupavam.
