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Notícias / Ciência

Estudo apresenta novas informações sobre a curiosa Welwitschia, planta mais longeva do planeta

A espécie consegue sobreviver a condições extremas

Luíza Feniar Migliosi Publicado em 16/08/2021, às 14h07

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Imagens do estudo publicado pela Nature Communications - Nature Communications
Imagens do estudo publicado pela Nature Communications - Nature Communications

A plantaWelwitschia foi alvo de controvérsias desde sua primeira descrição em 1863. Segundo o jornal El País, Joseph Dalton Hooker, diretor do Real Jardim Britânico Kew, em Londres, durante 1865 e 1885, descreveu o primeiro exemplar que viu como “a planta mais maravilhosa que já se trouxe a este país, e uma das mais feias”. Capaz de resistir aos anos em condições duríssimas, Welwitschia é a planta mais longeva do planeta.

Imagem feita pelo estudo | Crédito: Nature Communications

Uma análise genética publicada na Nature Communications disponibilizou novos dados sobre a espécie, como, por exemplo, que seu genoma duplicado permite que alguns de seus genes elaborem tarefas que não estão dentro de suas funções originais, a ativação de proteínas para se proteger de condições extremas e o crescimento que é lento, mas sustentado ao longo de toda sua vida.

Encontrada no noroeste da Namíbia e sudoeste da Angola, áreas que, apesar da proximidade com o Atlântico, são desérticas, com nível de precipitações inferior a cinco centímetros por ano.

Em português, ficou conhecida por “polvo do deserto”, já que é composta por duas folhas, que podem crescer de 10 a 13 centímetros por ano, e se enroscam entre si, aspecto similar ao de um polvo.

Os especialistas chamam de “redundância genética” a característica de ter genes em dose dupla. Andrew Leitch, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade Queen Mary, em Londres, explicou ao El País que, por exemplo, acreditam que as folhas são capazes de absorver a umidade da névoa do começo da manhã no deserto.

“As cópias duplicadas podem assumir novas funções e fazer coisas novas, que seriam impossíveis se só houvesse uma versão do gene. Tais adaptações impulsionaram a evolução das plantas”, relatou.

Imagem feita pelo estudo | Crédito: Nature Communications

Essa duplicidade surgiu há aproximadamente 86 milhões de anos, devido ao estresse de estarem constantemente submetidas a condições ambientais extremas, como temperatura, radiação ultravioleta, salinidade, entre outros. Seu nome em africâner - língua de origem europeia falada no sul da África - é tweeblaarkanniedood, que significa “duas folhas que não podem morrer”, pois o seu crescimento acontece na sua base, ou seja, se o bulbo está vivo, a planta nunca para de crescer.

“Identificar genes que permitam sobreviver em condições hostis será útil quando procurarmos cultivar em zonas cada vez mais marginais do planeta, algo que teremos que fazer para alimentar os nove bilhões de pessoas que seremos dentro de 50 anos com uma dieta de alto nível, além de encontrar espaço para os biocombustíveis. Tudo isso em um contexto de mudança climática e mudanças nas precipitações e temperaturas”, relata Leitch.

Para outros pesquisadores, a descoberta pode ser mais complexa para ser comparada a possíveis usos futuros.