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Notícias / Aníbal

Filme da Netflix sobre o general Aníbal causa debate na Tunísia

Escolha de ator para viver o general Aníbal em novo filme da plataforma de streaming Netflix causou polêmica na Tunísia; entenda

Redação Publicado em 03/01/2024, às 15h12 - Atualizado em 07/01/2024, às 11h19

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Representação do general Aníbal - Domínio Público
Representação do general Aníbal - Domínio Público

Após 'Rainha Cleópatra', a Netflix gerou um novo debate com um filme a respeito de outra figura histórica. Isso porque a decisão de escalar o ator Denzel Washigton para interpretar general e estadista cartaginês Aníbal causou debate na Tunísia.

Assim como na série documental que retrata a história da rainha do Nilo, jornais da Tunísia, internautas e o parlamento tiveram discussões a respeito da escolha de um ator negro para interpretar a figura histórica, repercute o The Guardian.

O La Presse, canal de notícias da Tunísia em língua francesa, alegou em artigo que a escolha resultou num 'erro histórico'. Ao mesmo tempo, uma petição que circula nas redes sociais pede o cancelamento do 'pseudodocumentário' da plataforma de streaming. 

Nascido em Cartago, próximo do que hoje é Tunis, capital da Tunísia, Aníbal entrou para os livros como um dos maiores militares que já existiu. Em conflito com os romanos, em 218 a.C, ele guiou as tropas de guerra numa passagem alta nos Alpes com o objetivo de atacar Roma através do norte. Em vida, protagonizou vitórias, no entanto, não conseguiu capturar Roma.

Mas, o que, de fato, causa polêmica no filme da Netflix é o debate a respeito da cor da pele do personagem histórico. O The Guardian indica que parte dos historiadores concordam que ele era descendente dos fenícios, povo que formou civilização numa região que hoje engloba o Líbano e a Síria, no entanto, em uma época de grandes impérios e miscigenação.

Debate

Após a escolha de Denzel Washigton, o deputado Yassine Mami, da Tunísia, se direcionou a Hayete Ketat Guermani, ministra da cultura. Ele não concorda que um homem negro africano interprete o general.

"O ministério deveria se posicionar sobre o assunto", afirmou o deputado, que também atua como presidente da comissão de turismo, cultura e serviços. "Trata-se de defender a identidade tunisiana e de ouvir as reações da sociedade civil".

A ministra da cultura, entretanto, relembrou que se trata de uma ficção. Ela também disse na assembleia que deseja a gravação de algumas cenas do filme na Tunísia. 

"É ficção; é direito deles. Aníbal é uma figura histórica, mesmo que todos tenhamos orgulho de ele ser tunisiano... O que poderíamos fazer?", alegou Guermazi. "O que importa para mim é que eles filmem pelo menos uma sequência na Tunísia e a mencionem. Queremos que a Tunísia volte a ser uma plataforma para filmes estrangeiros".

Até o momento, a plataforma de streaming Netflix não se pronunciou a respeito do debate. O ator Denzel Washigton também segue em silêncio.