Jada Pinkett Smith, produtora de 'Rainhas Africanas' dá detalhes sobre a série que resgata trajetória de Cleópatra
Redação Publicado em 27/04/2023, às 11h05 - Atualizado em 11/05/2023, às 20h01
Em mais um volume do especial 'Rainhas Africanas', a Netflix vai resgatar a trajetória da última rainha do Egito: Cleópatra. Com produção e narração de Jada Pinkett Smith, a série vai retratar a mulher inteligente e poderosa por trás do mito que fascina gerações.
(...) A mulher mais famosa, poderosa e incompreendida do mundo - uma rainha ousada cuja beleza e romances vieram a ofuscar seu verdadeiro trunfo: seu intelecto. A herança de Cleópatra tem sido objeto de muitos debates acadêmicos, muitas vezes ignorados por Hollywood. Agora nossa série reavalia esta parte fascinante de sua história", detalha a sinopse da produção.
Com lançamento para 10 de maio, 'Rainha Cleópatra', causou polêmica antes mesmo do lançamento. Isso porque a série documental escalou a atriz negra Adele James para interpretar a faraó, resgatando um tópico que causa polêmica há séculos: a cor da rainha do Egito. Uma prévia divulgada pela plataforma de streaming também mostra especialistas discutindo que a rainha poderia ter sido negra.
A verdadeira cor de Cleópatra não foi registrada no passado e não existem mais informações sobre sua mãe. Além disso, seus restos mortais não foram encontrados até hoje, o que só aumenta a discussão.
Assim, o debate se divide entre aqueles que acreditam que a rainha poderia ser branca ou negra. A rainha era filha de Ptolomeu XII, rei da dinastia ptolemaica. Assim, Cleópatra era grega e não egípcia.
Conforme repercutido pelo Tudum, site da Netflix, Jada Pinkett Smith enfatizou que o foco da série não é a etnia de Cleópatra, mas sim mostrar ao público sua trajetória como rainha, estrategista e governante de intelecto formidável.
“O objetivo de 'Rainhas Africanas' sempre foi descobrir as histórias ocultas de mulheres poderosas do passado e o que as tornou líderes das quais ainda falamos hoje. Trabalhando com os principais historiadores e especialistas, incluindo Shelley Haley (Professora de Estudos Clássicos e Africanos, Hamilton College) e Dra. Sally-Ann Ashton (estudiosa de Cleópatra), exploramos a história de Cleópatra como rainha, estrategista, governante de intelecto formidável, bem como uma mulher cuja herança é objeto de grande debate", explicou Jada.
A produtora também explica a decisão de escolher uma atriz negra para interpretar Cleópatra na série exclusiva do streaming.
Sua etnia não é o foco de 'Rainha Cleópatra', mas decidimos intencionalmente retratá-la como uma etnia mista para refletir as teorias sobre a possível ascendência egípcia de Cleópatra e a natureza multicultural do antigo Egito”, disse Jada.
A escolha, no entanto, causou polêmica entre internautas e até mesmo rendeu uma crítica de Zahi Hawass, egiptólogo e ex-ministro das Antiguidades do Egito. Em entrevista ao jornal al-Masry al-Youm, que foi repercutida pela BBC, Zahi criticou a escolha.
"Isso é completamente falso. Cleópatra era grega, o que significa que ela tinha pele clara, não negra", afirmou Zahi Hawass. Ele também acusou a plataforma de streaming de 'tentar provocar confusão'.
"A Netflix está tentando provocar confusão, espalhando fatos falsos e enganosos de que a origem da civilização egípcia é negra", disse Zahi. Ele também pediu para que os egípcios não apoiem a empresa de streaming.
Em artigo escrito ao site Aventuras na História, o historiador e professor Vítor Soares explica não só a origem de Cleópatra, mas também o debate em torno de sua cor. Confira aqui a matéria.
A história ilustre de Cleópatra VII é abordada no podcast da Aventuras na História, o 'Desventuras na História'. O episódio conta com narração de Vítor Soares, que é professor de História e também o idealizador do podcast 'História em Meia Hora'.
O episódio destaca a vida e a morte da figura eternizada nas curiosidades da civilização que prosperou às margens do Nilo e entrou para a História.
