Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Ciência

Floresta fóssil no Japão pode ajudar a entender vegetação da Eurásia

Às margens do rio Kiso, floresta fóssil abre caminho para reconstrução de exemplar completo de planta do Mioceno

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 02/08/2023, às 10h28 - Atualizado às 10h29

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Leito do rio Kiso, onde foi encontrada antiga floresta fóssil - Divulgação/Toshihiro Yamada
Leito do rio Kiso, onde foi encontrada antiga floresta fóssil - Divulgação/Toshihiro Yamada

Em1994, uma grave seca afetou a província de Gifu, no Japão, levando à redução do nível da água e até mesmo das margens do rio Kiso. Porém, o evento acabou revelando algo que surpreendeu pesquisadores locais: ali, foi encontrado um sítio fóssil de uma antiga floresta, com 2.000m² e cerca de 400 tocos de árvores.

Foi só recentemente, quase 30 anos depois da descoberta, que uma equipe de pesquisadores da Universidade de Hokkaido, liderados pelo professor Toshihiro Yamada, publicou registros da floresta. A descoberta, por sua vez, se faz relevante pois pode auxiliar na reconstrução de um exemplar completo de uma planta da antiga Eurásia, especificamente do final do Mioceno — que se deu entre 10,4 a 5 milhões de anos atrás —, podendo assim preencher mais uma lacuna da história da vida vegetal.

Trecho do rio Kiso, onde foi descoberta antiga floresta fóssil
Trecho do rio Kiso, onde foi descoberta antiga floresta fóssil / Crédito: Divulgação/Toshihiro Yamada

É importante pontuar, conforme descrito pela Revista Galileu, que é bastante difícil encontrar fósseis vegetais completos, diferentemente de animais, pois madeira, folhas, flores, frutas, sementes e pólen podem se desprender com bastante facilidade, e as partes de uma mesma planta acabam recebendo nomes científicos diferentes.

Estudo

Após análise de 137 troncos dos que estavam outrora submersos, os pesquisadores puderam constatar que 95% deles pertencia à espécie Wataria parvipora. Além disso, também eram quase exclusivamente acompanhados por outros fósseis, mas de folhas da espécie Byttneriophyllum tiliifolium — da família malva, assim como o algodão, o cacau e o durião.

Antigos fósseis destas folhas, por sua vez, já foram encontradas em outras regiões da Eurásia; porém, o tronco ao qual seriam associadas era, até recentemente, desconhecido. O estudo de Toshihiro Yamada foi publicado na Scientific Reports, da revista Nature.

Descobrimos que 98% das folhas fósseis encontradas no local pertenciam à B. tiliifolium, indicando fortemente que elas caíram das árvores-mães. Pudemos ver que as folhas foram depositadas parautóctones [restos preservados no mesmo ambiente onde os organismos viviam] no chão da floresta. Assim, fossilizaram onde caíram", explica o pesquisador em comunicado.