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Notícias / Paleontologia

Fósseis encontrados no Ártico pertenceram ao mais antigo réptil marinho descoberto

Vértebras de ictiossauro encontradas no arquipélago de Esvalbarda podem mudar o que se pensava sobre a grande extinção do Permiano

Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 15/03/2023, às 11h01

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Pintura representando ictiossauros nadando - Domínio Público via Wikimedia Commons
Pintura representando ictiossauros nadando - Domínio Público via Wikimedia Commons

Em uma expedição realizada em 2014, pesquisadores suecos e noruegueses encontraram um grande número de pedras arredondadas de calcário e, dentro delas, haviam diversos fósseis identificados como pertencentes, no passado, a um ictiossauro, um antigo réptil marinho já extinto.

Porém, após anos de pesquisas, paleontólogos determinaram que aqueles ossos se tratavam de, na verdade, os restos do réptil marinho mais antigo já encontrado até hoje. Ao todo, foram avaliadas 11 vértebras da cauda do animal, achadas na ilha ártica de Spitsbergen, no arquipélago de Esvalbarda.

Tomografia computadorizada das vértebras do ictiossauro mais antigo já descoberto
Tomografia computadorizada das vértebras do ictiossauro mais antigo já descoberto / Crédito: Divulgação/Øyvind Hammer and Jørn Hurum

O resultado dos estudos foi publicado na última segunda-feira, 13, na revista científica Current Biology. Porém, ainda como apontou a pesquisa, havia uma peculiaridade no caso: as vértebras do réptil estavam dentro de rochas que, até então, eram consideradas antigas demais para serem contemporâneas dos ictiossauros. 

Isso porque testes geoquímicos realizados na rocha circundante confirmaram que o fóssil teria vivido aproximadamente 2 milhões de anos antes da extinção em massa do final do período Permiano, que teria iniciado a chamada Era dos Dinossauros, há quase 252 milhões de anos.

Em outras palavras, a descoberta não só determinou com proximidade o período em que aquele animal teria vivido, como também revelou que ictiossauros teriam até mesmo sobrevivido à grande extinção, o que obriga uma revisão no conteúdo de livros didáticos acerca do tema, segundo a Revista Galileu.

Como era pensado

As obras didáticas indicavam, até então, que os ictiossauros teriam surgido durante a Era dos Dinossauros, juntamente às outras linhagens principais de répteis que teriam se aventurado pelo mar aberto depois da grande extinção do Permiano, que teria devastado os ecossistemas marinhos.

Nesse período, répteis terrestres começaram a invadir ambientes costeiros rasos para predar algumas das espécies sobreviventes, o que eventualmente levou ao rompimento do vínculo com a terra.

No entanto, a nova descoberta de um ictiossauro anterior à grande extinção, com as vértebras realmente idênticas às de espécimes mais recentes, muda o que se pensava sobre o surgimento desses répteis marinhos. Com isso, os autores da pesquisa concluem:

Tetrápodes marítimos pioneiros podem agora ser reformulados de forma viável como sobreviventes da extinção em massa em vez de sucessores ecológicos dentro das primeiras comunidades de predadores marinhos do Mesozoico."