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Notícias / Paleontologia

Dentes de 'faca': nova espécie de ictiossauro é descoberta

Os cientistas responsáveis pela descoberta destacaram o tamanho de suas presas

Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 02/12/2021, às 17h37

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Reconstrução de como seria esta espécie de ictiossauro em vida - Reprodução / Dirley Cortés
Reconstrução de como seria esta espécie de ictiossauro em vida - Reprodução / Dirley Cortés

Com base em fósseis de ictiossauros, animais marinhos, encontrados na Colômbia, cientistas descobriram uma nova espécie parte deste grupo, que supostamente viveu nos mares da região durante o período Cretácico, há cerca de 130 milhões de anos: o Kyhytysuka sachicarum.

O estudo analisou os ossos do crânio e da espinha para definirem informações sobre esta nova espécie, cujo comprimento era no mínimo maior que o dobro da altura de um ser humano adulto. 

Uma das maiores diferenças entre este e outros ictiossauros é o tamanho e formato de seus dentes, que são bem maiores e tem formato de faca — perfeito para presas maiores, a maior parte de sua dieta, segundo os pesquisadores, como explicou Hans Larsson, do Museu Redpath da Universidade McGill, parte do estudo, em um comunicado oficial.

Enquanto outros ictiossauros tinham dentes pequenos e do mesmo tamanho para se alimentarem de presas menores, esta nova espécie modificou o tamanho de seus dentes e o espaçamento para construir um arsenal de dentes para matar grandes presas".

O nome dado à espécie também reflete esta característica do Kyhytysuka sachicarum, que, por sua vez, significa ‘aquele que corta com algo afiado’ na língua da cultura indígena do povo Muisca, na Colômbia.

Foto e ilustração do crânio do ictiossauro descoberto - Foto: Reprodução / Dirley Cortés

No estudo publicado no dia 22 de novembro, os pesquisadores explicitam o processo adotado para a descoberta desta nova espécie, que envolveu a comparação dos fósseis em questão com diversas espécies de ictiossauro. Erin Maxwell, do Museu Estatal de História Natural Stuttgart, apontou os impactos que uma descoberta desta pode ter.

Nós comparamos este animal a outros ictiossauros do período Jurássico de Cretácico e conseguimos definir um novo tipo. Isso altera a árvore evolucionária de ictiossauros e nos deixa testar novas ideias de como eles evoluíram", afirmou.

Vivendo no Cretácico, o novo ictiossauro passou seu tempo em um mundo em mutação, no qual o supercontinente Pangeia estava se separando em metades norte e sul, movendo o resto do globo com elas. 

Estas mudanças também podem ter possibilitado o encontro deste fóssil de ictiossauro naquele local na Colômbia, onde os cientistas já acharam vários outros animais e rastros de vida, como informou um dos co-autores principais, Dirley Cortés. As informações são do portal de notícias LiveScience.

“Estamos descobrindo muitas novas espécies nas rochas de onde este novo ictiossauro vem. Estamos testando que esta região e época na Colômbia era um centro antigo de biodiversidade, e estamos usando os fósseis para melhor entender a evolução de ecossistemas marítimos durante este período transicional".