Figuras incluem pato de desenho animado ao lado de cães, em avião VIP e até com camisinha na cabeça
Na Tailândia, um sujeito de 26 anos foi condenado a três anos de prisão — pena depois revertida para dois — por vender calendários com desenhos de patos. Acontece que as autoridades consideram que as imagens satíricas insultam a monarquia.
Conhecido pelo apelido Tonmai, o homem foi detido em 31 de dezembro de 2020, logo após a polícia invadir sua casa e confiscar os calendários de mesa. As imagens no produto representavam patos amarelos — que viraram símbolos dos protestos pró-democracia no país.
Segundo o The Guardian, as autoridades informaram que os calendários, comercializados por meio de grupos no Facebook, estavam difamando o rei. Desta forma, o réu foi condenado a três anos de prisão, pena depois revertida para dois anos e pagamento de multa de 70.000 baht (algo em torno dos R$9 mil).
Desde que os protestos liderados por jovens começaram no país em julho de 2020, ao menos 1.890 manifestantes — sendo 284 deles com menos de 18 anos — foram acusados conforme as mais variadas leis. Deste montante, 228 pessoas enfrentam processo pela lei de lesa-majestade, que tem como sentença de três a 15 anos de prisão.
Voltando ao caso dos calendários, as autoridades alegam que várias páginas do produto tinham a intenção de zombar do rei da Tailândia através de imagens de um pato de desenho animado retratado ao lado de cachorros, voando em um avião VIP ou até mesmo com uma camisinha na cabeça.
Os cães, segundo o The Guardian, seriam uma forma de zombar das pessoas leais à realeza; a imagem do avião, por sua vez, seria uma referência ao rei, à rainha e à consorte.
A defesa argumentou que o réu não produziu os calendários, apenas ajudou a distribuí-los. Já os patos não seriam uma personificação do rei, e sim um personagem original.
