Em 'The Last of Us', novo sucesso da HBO, o fungo Cordyceps é o responsável por epidemia zumbi; porém, quem causa preocupação na vida real é outro
Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 06/02/2023, às 12h10
'The Last of Us' é, originalmente, um jogo de video-game lançado em 2013 para o PlayStation 3, ambientado em um cenário adoradinho pelos fãs de jogos digitais: um mundo pós-apocalíptico repleto de zumbis. Porém, atualmente o nome da obra voltou a estar em alta, tendo em vista a adaptação que sai semanalmente pelo HBO.
Com a presença de Pedro Pascal e Bella Ramsey no elenco, a série "acompanha a jornada de Joel (Pedro Pascal), um contrabandista com a tarefa de escoltar a adolescente Ellie (Bella Ramsey) através de um Estados Unidos pós-apocalíptico em um futuro distópico", de acordo com a sinopse. Confira o trailer:
Na trama, um de seus principais diferenciais com relação a outras famosas obras de zumbi, que já existem a rodo pelos streamings, é a origem da infecção: enquanto o mais comum é ver grandes epidemias virais ou bacterianas, em 'The Last of Us' o maior inimigo da humanidade é o fungo Cordyceps.
+ The Last of Us: É possível uma pandemia de fungos igual mostrada na série?
Embora o Cordyceps realmente exista, já sendo estudado há anos pela comunidade científica e até mesmo encontrado em, por exemplo, suplementos alimentares, ele não oferece tamanho risco para a humanidade. Porém, outra espécie de fungo vem chamando atenção nos Estados Unidos, e médicos alertam sobre sua capacidade de 'comer' carne.
Desde 2013, relatos da doença chamada 'febre do vale' vem chamando a atenção da comunidade científica, em especial nos Estados Unidos, mas o sucesso da série nas últimas semanas faz necessária uma explicação do porquê de ele não ser um risco tão grande para a humanidade.
Causada por um fungo, a febre do vale é uma infecção identificada principalmente nas regiões de climas quentes e áridos, tendo sido relatada principalmente no sudoeste dos Estados Unidos. Sua forma de propagação é simples: por meio da inalação de esporos quase imperceptíveis do fungo, o que faz dele ainda mais preocupante. Assim como acontece no game.
A maioria das infecções provocadas por essa doença apresentam sintomas relativamente semelhantes aos de covid-19, como fadiga, tosse, febre e dores musculares.
Porém, casos graves podem levar o paciente a óbito, pois o fungo tem a capacidade de consumir a carne de seu hospedeiro para se manter nutrido, o que pode fazer com que ele se espalhe pelo cérebro ou medula espinhal do hospedeiro em até duas semanas, matando cerca de 40% de suas vítimas.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, conforme repercutido pelo UOL, cerca de 200 pessoas morrem em decorrência dessa doença todos os anos nos Estados Unidos, sendo considerada uma epidemia silenciosa, mas pesquisadores seguem afirmando que uma infecção tal como a da ficção ainda é muito distante da realidade:
Acho que estamos naquele ponto de inflexão em que nunca descartamos nada como uma possibilidade. A chance de uma infecção em grande escala existe, mas a questão é: quão provável é? Não acho que seja o caso", afirma o Dr. Kamal Singh, presidente de microbiologia e virologia da Cook County Health.
