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Notícias / Brasil

Mãe de aluno na Bahia escreve frases racistas e intolerantes em livro de Emicida

Frases contra religiões de matriz africana foram escritas no exemplar do livro infantil de uma escola de Salvador

Redação Publicado em 08/03/2023, às 17h27

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O rapper Emicida e a capa de seu livro infantil, "Amoras" - Divulgação/Cia. das Letras e Buda Mendes/Getty Images
O rapper Emicida e a capa de seu livro infantil, "Amoras" - Divulgação/Cia. das Letras e Buda Mendes/Getty Images

Em uma escola de Salvador, na Bahia, a mãe de um aluno rabiscou frases com ataques a religiões de matriz africana em um livro escrito pelo rapper Emicida. O livro "Amoras" teve seu exemplar rasurado por uma das responsáveis de um aluno da Escola Clubinho das Letras. O caso de racismo religioso foi revelado pelo G1 e pela TV Bahia.

Em informações concedidas à Folha de S. Paulo, a escola confirmou que substituirá o exemplar e que marcou uma conversa com a mãe responsável pelas frases no livro e sua família, para promover "um momento de reflexão" sobre o ato.

O caso aconteceu em um programa da escola chamado "Ciranda Literária", onde cada aluno traz um ou dois livros sugeridos pela instituição em uma lista. A cada semana, as crianças trocam os livros e os levam para levar em casa. Uma família procurou o colégio para avisar que o exemplar escolhido pela criança estava rabiscado com frases contra religiões de matriz africana.

Preconceito religioso

Em um trecho, o livro define a África como o "lugar onde a raça humana começou, e por isso, é conhecida como o berço da humanidade". Nessa parte, a mãe da criança escreveu que a informação era "falsa", e que "essas ideologias, com origens africanas, com base em religiões anticristã, é blasfêmia [sic]".

A reportagem da Folha de S. Paulo entrou em contato com Maíra Santana Vida, advogada e presidente da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa da OAB da Bahia. Sobre o caso, ela explica que o crime de ódio racial ou religioso pode ser gerado por uma "contribuição para a construção de um imaginário que seja racista ou intolerante".

Então, o preconceito por si só já é criminalizado, de acordo com a legislação. E o preconceito por si só, a disseminação da ideia, não encontra guarida na livre manifestação do pensamento, na liberdade de expressão, que são direitos fundamentais também, mas há limites. Discurso de ódio não é liberdade de expressão", explicou Maíra.

O rapper Emicida se manifestou ontem, 8, sobre o caso por meio de um vídeo em seu Instagram, onde ele afirmou que sua reação ao caso "é de tristeza" pela intolerância religiosa.

Confira o vídeo de Emicida abaixo:

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