Em entrevista ao Flow Podcast, presidente ainda afirmou que não é “inimigo da cultura” nem “contra os artistas”
Redação Publicado em 09/08/2022, às 07h52
O presidente Jair Bolsonaro voltou a negar o golpe de 1964 e falou sobre as assinaturas à carta publicada pela Universidade de São Paulo (USP) em defesa da democracia, afirmando que não é “inimigo da cultura” nem “contra os artistas”.
Em entrevista ao Flow Podcast na noite da segunda-feira, 8, o líder do Executivo discutiu com o apresentador Igor Coelho sobre política, saúde, educação e cultura, lamentando que há “falta de diálogo” com os artistas, que o consideram antidemocrático.
"Os artistas estão assinando o manifesto pela democracia. Eles estão assinando em massa essa carta pró-democracia elaborada pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) e ainda me acusam de ser um presidente antidemocrático”, disse.
Ele continuou: “Me acusam de ser contra. Eu não sou inimigo da cultura. Não sou contra os artistas, mas eles assinam o manifesto porque querem a volta da Lei Rouanet. Por que eles querem a volta da Rouanet? Porque teve artista que pegou R$ 10 milhões com essa lei. R$ 10 milhões! Quando eu entrei, o meu governo acabou com isso e eles não gostaram".
Sobre a ditadura militar, Bolsonaro comentou que existem “prós e contras” e que não houve golpe militar em 1964. "Não houve pé na porta, golpes se dão com pé na porta. Fuzilamento, paredão... Foi tudo de acordo com a Constituição de 1946", reiterou.
Outro assunto abordado na entrevista, segundo o portal F5, foi a sabatina da Globo, que deve acontecer em 22 de agosto. O presidente confirmou sua participação, afirmando que não irá ao “debate” porque não quer se sujeitar a “abobrinhas”.
"Teve um mal-entendido com a Globo, mas eu vou participar da sabatina. Não vou ao debate porque não vou me sujeitar ao cara me perguntar abobrinhas ou então querer cumprir tabela comigo. Vamos discutir as questões do Brasil", declarou.
Quando questionado sobre o que seriam as “abobrinhas”, Bolsonaro respondeu: "Pegar um número aqui ou não sei o que de uma pesquisa. Isso não interessa ao Brasil. Interessa o que eu fiz e mostrar a verdade do meu governo. O que eles [Globo] nunca fizeram".
Assista a entrevista completa:
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