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Notícias / Ciência

Mapa completo de cérebro de inseto revela 3.016 neurônios

Segundo pesquisadores, o estudo pode contribuir para sistemas de Inteligência Artificial mais eficientes

Redação Publicado em 10/03/2023, às 18h29 - Atualizado às 19h56

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Imagem de conjunto completo de neurônios em um cérebro larval de mosca - Divulgação/ Universidade Johns Hopkins / Universidade de Cambridge
Imagem de conjunto completo de neurônios em um cérebro larval de mosca - Divulgação/ Universidade Johns Hopkins / Universidade de Cambridge

O mapa completo do cérebro de um inseto foi revelado por cientistas e possui 3.016 neurônios. Através desses neurônios, a equipe de pesquisadores dos Estados Unidos pôde classificar 93 tipos distintos que diferem em sua forma, função proposta e na forma como se conectam a outros neurônios. O mapa é chamado de conectoma e levou 12 anos para ser feito através de um meticuloso trabalho. 

O cérebro é de uma larva de mosca-das-frutas e entre os seus neurônios existem 548.000 sinapses ou pontos de conexão. A equipe de pesquisadores informou na revista Science, em 9 de março, que identificaram redes, que por meio delas, os neurônios de um lado cérebro enviam dados para o outro lado.

De acordo com a Live Science, para a construção do conectoma foi necessária a ajuda de mais de 80 pessoas. Os cientistas cortaram o cérebro de uma larva de mosca em 5.000 seções e de cada fatia foram tiradas imagens microscópicas.  Esses pesquisadores juntaram essas imagens a fim de formar um volume 3D e, através dos estudos, identificaram células individuais dentro delas e rastrearam manualmente seus fios. 

“Este estudo é o primeiro a conseguir mapear a totalidade do cérebro central de um inseto e assim caracterizar todas as vias sinápticas de todos os neurônios”, disseram Nuno Maçarico da Costa e Casey Schneider-Mizell, membros do grupo Neural Coding do Allen Institute for Brain Science à Live Science em um e-mail conjunto. 

Os cientistas ficaram surpresos com o mapa por diversos motivos como as conexões axônio-a-axônio, dendrito-a-dendrito e dendrito-axônio, que representam cerca de um terço das sinapses no cérebro da mosca larval, de acordo com Michael Winding, primeiro autor do estudo e pesquisador associado do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge, ainda segundo a fonte. 

Outro motivo foi o fato de que o conectoma era surpreendentemente "raso", ou seja, a informação sensorial recebida passa por pouquíssimos neurônios antes de ser passada ao envolvido no controle motor, que pode direcionar a mosca à realização de um comportamento físico. Para isso, o cérebro necessita de “atalhos” que estão embutidos entre circuitos que um pouco se assemelham aos sistemas de IA de última geração.

Avanços futuros

Embora o conectoma possua a limitação de não capturar quais neurônios são excitatórios e quais são inibitórios, mas, ainda assim, é um importante caminho para avanços futuros, como sistemas de IA mais eficientesem termos de energia e uma melhor compreensão de como os humanos aprendem, segundo Joshua Vogelstein, diretor e cofundador do laboratório NeuroData da Universidade Johns Hopkins.