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Notícias / João Figueiredo

Mulher que diz ter sido amante do ex-presidente João Figueiredo tem pedido de anistia negado

Aposentada esperava resposta da Comissão de Anistia há 20 anos e afirma ter tido filho com último presidente da ditadura militar

Redação Publicado em 13/09/2022, às 11h04

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Ex-presidente João Figueiredo - Wikimedia Commons/Arquivo Nacional
Ex-presidente João Figueiredo - Wikimedia Commons/Arquivo Nacional

Edine Souza Correia, de 66 anos, esperava resposta do da Comissão de Anistia a um pedido de reparação há 20 anos. Nesta semana, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos negou o pedido de anistia da mulher, que alega ter sido amante do ex-presidente João Figueiredo, último general a governar o Brasil durante a ditadura.

Além de afirmar ter tido um relacionamento extraconjugal com o político, Correia diz que os dois tiveram um filho juntos e que foi perseguida politicamente com o término do caso, que teria acontecido entre as décadas de 1970 e 1980.

Como reportou o jornal O Globo, a demora do ministério no processo ocorreu devido ao caso ter sido "erroneamente arquivado sem a devida apreciação de recurso apresentado pela requerente" depois de o pedido ser indeferido pela primeira vez, em 2004.

"Uma vez detectada a pendência, esta Pasta adotou todas as medidas para que o pleito fosse devidamente apreciado, o qual já foi decidido e assinado pela senhora Ministra de Estado, que não acolheu a solicitação, mantendo o indeferimento do pedido por ausência de provas que corroborem as razões de natureza exclusivamente política da alegada perseguição", informou a pasta.

Caso com Figueiredo

Atualmente, Edine é moradora da periferia do Distrito Federal. Nos anos 1980, ela divulgou o suposto caso ao público e conquistou a imprensa ao processar o ex-presidente que não assumiu o suposto filho, hoje com mais de 40 anos. Figueiredo nunca admitiu o relacionamento, se recusou a fazer teste de DNA e fez uma queixa-crime contra a mulher por calúnia.

Anos depois, em 2002, a mulher escreveu um requerimento para protocolar o pedido de anistia na comissão, apontando que Correia "alega que foi perseguida politicamente por manter relacionamento extraconjugal com alta autoridade nacional'', acrescentando que foi vigiada e sofreu assédios que culminaram em sua demissão sem justa causa após divulgar o suposto caso com o general.

Eu tenho todas as provas de que fui perseguida, de que fui injustiçada, mandada embora, sem justa causa. Com três filhos pequenos para criar, fui despejada do apartamento funcional em que morava. Fiquei na rua da amargura, igual mendigo na rua com filhos pequenos”, disse ela ao O Globo.

“Não sei quanto pagariam, não tenho ideia, mas que seja uma coisa justa. Falta de provas não é. Tenho provas até demais, muitos documentos foram arrolados na contestação que o meu advogado apresentou na Comissão de Anistia”, completou.