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Notícias / Múmia

2.300 anos depois, múmia de adolescente com rara condição médica ganha rosto

Pertencente à antiga elite egípcia, o jovem Minirdis tinha apenas 14 anos quando faleceu; seus restos só foram encontrados em 1925

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 22/11/2023, às 10h53 - Atualizado às 12h26

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A reconstrução facial da múmia do menino Minirdis - Divulgação/Cícero Moraes
A reconstrução facial da múmia do menino Minirdis - Divulgação/Cícero Moraes

Pela primeira vez em 2.300 anos, especialistas reconstruíram o rosto de uma antiga múmia egípcia que sofria com uma rara condição médica: megaloencefalia — distúrbio caracterizado por um cérebro anormalmente grande.

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A múmia pertencia à antiga elite egípcia e tinha apenas 14 anos quando faleceu. Minirdis era descendente de uma família sagrada e, antes de sua morte, herdaria o trabalho de seu pai, Inaros — um sacerdote do deus egípcio da fertilidade, Min.

O menino teve seus restos mumificados e foi enterrado no cemitério de Akhmim, no Alto Egito, onde só foi encontrado em 1925. Agora, ele 'voltou à vida' graças a sua reconstrução facial em trabalho liderado pelo brasileiro Cícero Moraes.

A reconstrução facial da múmia do menino Minirdis/ Crédito: Divulgação/Cícero Moraes

"Algo me incomodou na estrutura e, ao estudar os valores do volume do crânio, ficamos impressionados com seu tamanho", disse ao Daly Mail. "Percebi que o caixão parece ser de uma pessoa mais velha que a múmia, mas mesmo assim a cabeça ocupa quase toda a extensão dele".

Portanto, a máscara mortuária foi girada, caso contrário não teria sido possível fechar o caixão", explicou.

A reconstrução

A reconstrução da face de Minirdis foi feita usando um modelo digitalizado de seu crânio — ao qual foi adicionado tecidos moles; num processo guiado por dados de pessoas vivas de sua faixa etária.

"É um rosto jovem e inocente", descreve o brasileiro. "Os olhos de milhares de anos atrás observam as pessoas do presente que buscam respostas sobre seu passado."

Análise da múmia de Minirdis/ Crédito: Divulgação/Cícero Moraes

Vale ressaltar que os nomes do jovem e de seu pai são conhecidos, pois estavam gravados em uma inscrição no caixão.

Segundo Moraes, o menino teve uma vida de privilégios: "É claro que sua vida foi potencialmente cheia de abundância material e espiritual, já que seu pai fazia parte da elite religiosa".

Entretanto, apesar de seu diagnóstico, o motivo de sua morte ainda é incerto. Atualmente, seus restos mortais fazem parte da coleção do Field Museum de Chicago. O estudo de Cícero Moraes e seus coautores aguarda formalização acadêmica para ser publicado.