Segundo a federação, o número 88 faz apologia ao ditado nazista "Heil Hitler", se referindo ao líder do movimento
Redação Publicado em 27/06/2023, às 17h57 - Atualizado em 30/06/2023, às 10h16
A Federação Italiana de Futebol (FIGC) anunciou hoje, terça-feira, 27, seu compromisso em intensificar a luta contra o antissemitismo, proibindo o uso de camisas com o número 88, que é associado à saudação "Heil Hitler" utilizada por grupos neonazistas. O presidente da FIGC, Gabriele Gravina, divulgou um comunicado em conjunto com os ministérios do Interior e dos Esportes da Itália.
"Não recuaremos um centímetro sobre essas questões, porque a credibilidade do futebol, também ferido por comportamentos discriminatórios, tem um impacto direto na sociedade italiana", disse.
No documento, o mundo do futebol compromete-se a não atribuir o número 88 às camisas dos jogadores, uma vez que esse número é considerado uma referência explícita à simbologia nazista, sendo utilizado pelos grupos neonazistas como forma de expressar "Heil Hitler". Vale lembrar que a letra "H" é a oitava letra do alfabeto.
Na última temporada da Serie A, dois jogadores utilizaram o número 88 em suas camisas: o meio-campista croata Mario Pasalic, da Atalanta, e seu compatriota Toma Basic, da Lazio. Além da proibição do número 88, o futebol italiano também prevê, na carta assinada hoje, um protocolo para a interrupção de partidas em caso de "cânticos, atos e expressões antissemitas" nos estádios.
De acordo com a AFP, via UOL, no mês de março, depois do clássico entre Roma e Lazio, a presidente da comunidade judaica da capital italiana, Ruth Dureghello, denunciou comportamentos antissemitas por parte dos torcedores da Lazio. Uma foto mostrava um indivíduo nas arquibancadas vestindo uma camisa com o nome "Hitlerson" e o número 88.
Em setembro do ano passado, também foram registrados cânticos antissemitas entre os torcedores da Juventus e da Inter de Milão.
