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Notícias / China

Novo estudo revela dados inéditos sobre a história genética da China

A análise de esqueletos do neolítico tardio no Leste e no Sul da China mostraram relações de parentesco que revelam misturas entre comunidades e deslocamentos populacionais

André Nogueira Publicado em 18/05/2020, às 13h30

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Crânio de Fujian, Estreito de Taiwan - Divulgação
Crânio de Fujian, Estreito de Taiwan - Divulgação

Uma nova pesquisa guiada pela professora Fu Quiaomei, do Instituto de Paleontologia Vertebrada e Paleoantropologia da Academia Chinesa de Ciências, revelou um elo perdido nos estudos sobre o desenvolvimento humano na Ásia: genomas revelam que movimentos populacionais foram profundamente importantes na formação genética no neolítico. Segundo a análise de DNA do sul asiático, a transição da caça e coleta para a agricultura foi marcada por uma mudança demográfica.

Foram estudados ossadas de 25 indivíduos do neolítico para revelar-se que, a partir de uma possível substituição populacional de uma camada de coletores por uma outra de agricultores, os humanos da época compartilharam fortes traços genéticos com populações do atual leste asiático. Esse compartilhamento genético entre os neolíticos e as populações do leste aparece em paralelo com uma relação dos genomas de outros grupos como o Japão e o Sudeste Asiático.

Pedaço de osso do Rio Amarelo / Crédito: Divulgação

Outra informação relevante da pesquisa é a de que a diversidade genética no neolítico chinês era ainda maior do que o oriente chinês atual, com ascendências familiares divergentes entre a bacia do Rio Amarelo, as estepes siberianas, as ilhas no sul da China e o Estreito de Taiwan, há 8.400 anos atrás. Essa diversidade, somada aos compartilhamentos genéticos entre as populações, podem ter sido de influência desses deslocamentos populacionais.

Relações de descendência já conhecidas entre comunidades do norte da China e agrupamentos mais ao sul e ao leste, agora passam a ter explicações coerentes com as descobertas de Fu, que revelam uma origem dos austronésios (sudeste asiático e Pacífico) nas comunidades do sul da China. Essa formação populacional, por sua vez, teria origem numa profunda mistura entre comunidades distintas, que forma uma continuidade genética de quase 10 mil anos.